Infelizmente, acabou o Carnaval. O que significa que, agora “de verdade”, o ano começou. E para uma galera que está na escola, dentro de alguma graduação, ou curso, as aulas devem engatar com força pelos próximos meses.

Para você, leitor estudante já entrar no clima, ou você, leitor que já não está mais nessa fase da vida, mas quer relembrar com distanciamento como eram esses tempos, a J-Lista de hoje separa 15 animês que têm como tema, justamente, a vida escolar.

Há uma imensa quantidade de obras que se passam no ambiente escolar. Você pode aproveitar a seção de comentários para indicar algum que não tenha aparecido. Vamos lá!


OS FOFOS…

Skip and Loafer

(Kotomi Deai, P.A. Works, 2023)

imagem: cena de skip and loafer.

Reprodução: P.A. Works/Crunchyroll

O mais recente dessa lista, e já pode ser considerado um novo clássico. Acompanhamos a saga de Mitsumi Iwakura, uma estudante do primeiro ano do ensino médio que vai do interior para uma escola de alto nível em Tóquio. Os choques culturais de uma menina rural com o movimento cosmopolita são grandes, inclusive na maneira como ela usa o japonês, mas as coisas se tornam bem mais fáceis pela companhia de Sosuke Shima, pelo qual ela descobre desenvolver um sentimento ainda mais forte que a amizade, e pelas várias amigas que ela faz no caminho.

Tá na Crunchyroll.

 

Shikimori’s Not Just a Cutie

(Ryouta Itou, Doga Kobo)

imagem: cena de shikimori-san.

Reprodução: Doga Kobo/Crunchyroll

Um dos meus títulos prediletos de 2022. O que começa como uma história romântica sobre o carinha atrapalhado da escola namorando com a menina mais descolada da turma se desdobra em um recorte idílico da época escolar dos personagens.

O grupo de amigos no qual o casal está inserido vive experiências que fortalecem essa amizade, criam memórias que ficarão para a vida e ajudam com que eles se desenvolvam como pessoas. É utópico, eu sei. A fase escolar na vida real, no Japão e aqui no Brasil, está longe de carregar essa magia. Porém, tudo é tão legal de assistir que é impossível não abrir um sorriso ao fim de cada episódio.

Disponível na Crunchyroll.

 

Azumanga Daioh

(Hiroshi Nishikiori, J.C.Staff, 2002)

imagem: cena de azumanga daioh.

Reprodução: J.C.Staff/HIDIVE

Possivelmente, o melhor animê para entender o template de animês escolares. Aqui, seguimos a trajetória de um grupo de amigas durante o ensino médio. Nesses três anos, vemos eventos como os festivais escolares, as férias de verão, natais, períodos de provas e por aí vai. O episódio onde é mostrada a formatura é um momento de pura emoção.

Atualmente, o animê está indisponível aqui no Brasil, mas ele faz parte do catálogo do HIDIVE, que já nos esteve acessível. Seu mangá, em quatro volumes, já foi publicado pela editora NewPOP entre 2014 e 2015, e ainda está disponível na Amazon.


OS ESQUISITÕES…

Welcome to Demon School! Iruma-Kun

(Makoto Moriwaki, Bandai Namco Pictures, 2019-2023)

imagem: cena de iruma-kun.

Reprodução: Bandai Namco Pictures/Crunchyroll

Tem vezes que a experiência escolar não é exatamente como esperávamos, mas acho que nem em seus sonhos mais malucos o jovem Iruma acharia que a dele fosse por esse rumo. Vendido pelos pais para um dos demônios mais poderosos do inferno, que calha de ser o diretor de um dos colégios mais conceituados entre cramunhões, Iruma é o único humano entre um corpo discente de criaturas satânicas.

A graça está em ver como os costumes mais habituais são transportados para esse cenário infernal. Como, por exemplo, um festival culinário envolvendo criaturas bestiais dentro de uma floresta. É hilário. E uma curiosidade é que ele vai ao ar no canal educativo NHK Educational TV, então dá para assistir com a criançada de boa.

Essa pérola dos infernos está na Crunchyroll.

 

Little Witch Academia

(Yoh Yoshinari, Studio Trigger, 2017)

imagem: cena de little witch academia.

Reprodução: Studio Trigger/Netflix

Outro para ver com a petizada. Embora não seja o que de mais imediato venha à cabeça quando pensamos em obras do estúdio Trigger, a história da bruxinha Akko na Academia Luna Nova é uma parábola deliciosa sobre se sentir deslocado na escola, mas encontrar o seu próprio grupo de estranhos.

O charme está nas trapalhadas da protagonista, que tem muita dificuldade nas artes mágicas, mas consegue superar os obstáculos de jeitos impensáveis pelas meninas burguesas mais acostumadas com esse mundo. A cena com ela em uma aula onde a professora é um peixe certamente será o negócio mais engraçado que você assistirá nesse início de ano.

Esse não está na Crunchyroll não, está na Netflix!

 

Shokugeki no Souma

(Yoshitomo Yonetani, J.C.Staff, 2015-2020)

imagem: cena de shokugeki.

Reprodução: J.C.Staff/Crunchyroll

Já esse aqui é para a galera mais velha. Em Shokugeki no Souma, esse padrão de histórias estudantis é utilizado dentro de uma escola de culinária. Todas as batidas de enredo estão lá, mas envolvendo… cozinhar! Há um pouco de programas como Masterchef no modo como a narrativa é montada, junto de piadas ecchi envolvendo as reações dos personagens quando provam os pratos, além de um subtexto antifascista que deixa tudo mais apreensivo.

As temporadas picantes estão na Crunchyroll.

 

Nichijou

(Tatsuya Ishihara, Kyoto Animation, 2011)

imagem: cena de nichijou.

Reprodução: Kyoto Animation/Crunchyroll

Nichijou é tipo um Azumanga Daioh, só que sob efeito de cogumelos. É o mesmo formato slice of life de esquetes de humor envolvendo estudantes, mas indo para um lado mais, huh, surrealista. Pros mais velhos, lembra o estilo de escrita do programa inglês Monty Python, onde situações cotidianas dividem espaço com o que de mais aleatório a mente humana pode pensar.

Não aleatoriamente, está na Crunchyroll.


OS CLUBES…

Keep Your Hands Off Eizouken!

(Masaaki Yuasa, Science SARU, 2020)

imagem: cena de eizouken.

Reprodução: Science SARU/Crunchyroll

Um outro arquétipo muito explorado dentro de animês escolares são os clubes estudantis, que têm uma importância bem grande na formação japonesa. Esse aqui toma como engate a história de três meninas que tocam um clube escolar de audiovisual para produzirem animês por conta própria.

A partir disso, o diretor Masaaki Yuasa (de Devilman: Crybaby) entrega uma carta de amor ao mundo das animações. Keep Your Hands Off Eizouken! é emocionante, dinâmico, inventivo. E acima de tudo: divertido, muito divertido!

Disponível na Crunchyroll.

 

Anime-Gataris

(Kenshirou Morii, WAO World, 2017)

imagem: cena de anime-gataris.

Reprodução: WAO World/Crunchyroll

Uma pérola pouco lembrada, mas que traduz bem o que possivelmente é a adolescência perfeita do nicho otaku. Uma menina, aficionada por uma cena de um animê em sua infância, monta um clube estudantil para reunir, justamente, fãs de produtos da cultura pop japonesa.

Entre debates sobre light novels serem ou não melhores que mangás ou animações, acompanhamos um laço sendo criado por aqueles alunos que têm em comum essas paixões que, por vezes, são vistas como esquisitas por pessoas que estão de fora.

Na Crunchyroll.

 

Ouran High School Host Club

(Takuya Igarashi, Bones, 2006)

imagem: poster promocional de ouran host club.

Reprodução: Bones/Netflix

Adaptação do mangá shoujo de Bisco Hatori, esse também é uma graça. Haruhi é uma estudante bolsista no Colégio Ouran, uma escola prestigiadíssima em Tóquio. De família humilde, ela mal tem dinheiro para se arrumar direito, de modo que todos a confundem com um menino.

Num dia, ela derruba um vaso caríssimo de um clube da escola que é um host club, pelo qual não pode pagar, então faz um trato com eles para trabalhar para eles até a formatura e quitar essa dívida. O problema é: o clube é só para meninos! Mas os membros enxergam nela bastante talento para encantar as meninas, então decidem fingir que ela é um garoto. É um dos animês mais cativantes da década de 2000, e tem um visual deslumbrante.

No momento, está no catálogo da Netflix… de Portugal! Mas o mangá foi publicado no Brasil em 18 volumes pela Panini.


OS PROFESSORES…

Assassination Classroom

(Seiji Kishi, Lerche, 2015-2016)

imagem: cena de assassination classroom.

Reprodução: Lerche/Crunchyroll

Quando falamos em volta às aulas, automaticamente lembramos dos estudantes. Sejam os que estão retornando para mais um ano letivo ou aqueles que estão dando seus primeiros passos na vida acadêmica. Mas nada disso seria possível sem os professores. A profissão que forma profissões não tem o reconhecimento que merece, e vemos cada dia mais o desamparo ao corpo docente.

Por isso, obras como Assassination Classroom nos fazem lembrar porque, mesmo com tantas intempéries, muitos persistem nessa luta. Koro-sensei está longe de ser a figura professoral que imaginamos. Afinal, ele é um polvo amarelo gigante que é alvo da turma de excluídos da escola! Mesmo assim, enquanto desvia de balas e outras dificuldades, ele sempre acha uma forma de ouvir, aconselhar, inspirar e incentivar seus alunos. Algo que muitos senseis da vida real podem se relacionar.*

Na Crunchyroll.

GTO (Great Teacher Onizuka)

(Noriyuki Abe, Pierrot, 1999-2000)

imagem: cena de GTO.

Reprodução: Pierrot/Crunchyroll

Um clássico da virada do século. Enquanto muitos animê focam no lado discente da fauna escolar, GTO joga luz para o lado docente. Mas de um jeito adoravelmente torto. Na trama, Eikichi Onizuka é um ex-membro de gangue que decide se tornar professor para atrair a atenção de mulheres.

Só que o que começa como um plano escuso se revela para ele uma meta correta de vida, de modo que busca realmente ajudar seus alunos a serem pessoas melhores e ainda tenta mudar, de modos pouco ortodoxos, o sistema de ensino careta a que ele está exposto. É um animê agridoce que frequentemente é colocado como obrigatório ao menos uma vez na vida.

Na Crunchyroll.


OS ROMÂNTICOS…

Kaguya-sama: Love is War

(Shinichi Omata, A-1 Pictures, 2019-2020)

imagem: cena de kaguya-sama.

Reprodução: A-1 Pictures/Crunchyroll

Um outro estilo de história que é bem comum em animês colegiais é o romântico, onde personagens se apaixonam e a narrativa se desenrola através dessa relação que pode ou não acontecer. E o plot em cima de Kaguya-sama faz uma grande piada em cima desse subgênero.

A narrativa extrapola o que de mais cafona pode haver em tramas assim ao utilizar como protagonistas dois estudantes muito inteligentes, que claramente se gostam, mas pregam peças mentais um no outro para ver quem irá se declarar primeiro. Literalmente há um narrador e uma contagem de pontos para a “guerra” deles. Mas o mais genial é que, mesmo nessa paródia toda, a história faz a volta e se torna bem graciosa de assistir.

Veja e se apaixone na Crunchyroll.

 

Horimiya

(Masashi Ishihama, CloverWorks, 2021-2023)

imagem: poster de horimiya.

Reprodução: CloverWorks/Crunchyroll

Horimiya é mais dentro da caixa em questões narrativas, mas é igualmente encantador de acompanhar. Na trama, um rapaz que é mais fechado e na dele na escola, mas que é super descolado fora dela, e uma menina que é popular e intimidadora nos corredores do colégio, porém bem caseira e praticamente uma segunda mãe para seu irmão em casa, começam a namorar e atraem a atenção dos colegas por isso. É tudo bem bonitinho e traz um quentinho ao coração quando termina.

Veja também na Crunchyroll.

 

School Days

(Keitaro Motonaga, TNK, 2007)

imagem: cena de school days.

Reprodução: TNK/Crunchyroll

Já School Days relata um romance escolar de perder a cabeça. Esse é um animê bem mal falado, mas sou do time que acha que o caminho que ele toma é tão surpreendente que é impossível sair incólume.

Não entrarei em detalhes para não estragar as surpresas, mas vale dizer que, com o passar dos episódios, a história torna-se um thriller eroguro deliciosamente desconfortável, esquisito, soturno e com desfechos grotescos. Há uma crescente de paranoia, onde os personagens se afundam numa espiral de péssimas decisões, que revelam o que de pior eles podem se tornar.

Legendado em inglês na Crunchyroll.


O texto presente é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.


*Com colaboração de Jean Clemente.


O JBox possui parcerias comerciais com a Amazon, podendo ganhar um valor em cima das compras realizadas a partir dos links do site. Contudo, o JBox não tem responsabilidade sobre possíveis erros presentes em recursos integrados ao site, mas produzidos por terceiros.