ninja

Vocês que me acompanham no twitter (Siga @Kyo_Jbox, eu não mordo =P) devem ter lido que eu escreveria esse domingo sobre Castlevania: Symphony of Night. Porém, devido a problemas de saúde (peguei uma gripe forte essa semana), então, resolvi pegar um texto antigo meu aqui no PC – olha a safadeza…

Ninjas, uma das profissões mais legais do mundo. Não importa o que digam, mas se esconder nas sombras da noite, conseguir matar uma pessoa de dezessete formas diferentes usando apenas uma escova de dentes como arma e escalar paredes sorrateiramente para observar garotas lindas se banhando sem ser notado, é o sonho de qualquer moleque de quinze anos… Ou redatores  de vinte e poucos, mas sim, Ninjas são legais, pergunte pro Ninja Gaiden ou pro Shinobi.

Ninja Gaiden é uma série criada pela Tecmo (atual Tecmo Koei) nos anos 1980 para os arcades, com um jogo brutalmente difícil, mas que se popularizou no NES, com uma trilogia de arrasar. Também ganhou uma versão muito bacana no Master System (programado pela SEGA) e um outro bem legal no Game Boy tijolão. Teria um para o Mega Drive, que seria uma adaptação do jogo de Arcade (não foi lançado, mas a Rom está na internet), e o SNES ganhou uma compilação dos jogos de NES em um cartucho.

ng

O herói ficou de molho por uns 2, 3 anos, até que Tomonobu Itagaki ressucitou Ryu Hayabusa no primeiro Dead or Alive, sim, aquele que você jogou no PS1 só pelos magumbos, porque a jogabilidade só ficou interessante a partir do segundo, no Dreamcast.

E seguindo aqui, após a SEGA retornar a série Shinobi com dois bons títulos no PS2, Tomonobu Itagaki resolveu (com seu contrato de exclusividade com a Microsoft) ressucitar a franquia, já que os jogadores mais novos já sabiam quem era Ryu Hayabusa.

E assim tivemos Ninja Gaiden no Xbox original, um jogo brutalmente difícil e brutalmente legal, que levou os jogadores radicó (que até então no Xbox estavam acostumados apenas com Halo) a subirem pelas paredes e pedirem mais.

Um tempo depois, tivemos Ninja Gaiden Black, do qual não posso falar muito, mas dizem que a câmera dele é melhor. E em 2008 saiu o Ninja Gaiden II, com mais desmembramentos, mais ação e uma câmera ruim pra burro. E a pedido do filho de Itagaki, o próprio desenvolveu Ninja Gaiden Dragon Sword, para o Nintendo DS e é dele que vamos falar hoje.

Aliás, repararam que eu levei três parágrafos só pra introduzir o jogo de hoje? É que estou instalando alguns joguinhos no PC. =P

A Trama de Ninja Gaiden Dragon Sword é bem simplista, por assim dizer. Durante/após um treinamento, Momiji, sacerdotisa do Clã Hayabusa e Ninja em treinamento (ela é discípula de Ryu) é sequestrada pelo Clã Black Spider, que forjou uma aliança com Ishtaros, uma demônio meio gostosa. E Ryu parte em seu resgate, descobrindo uma trama que pode colocar o mundo numa era do Caos novamente.

ng2

Há de se colocar aqui, que durante o jogo e seus diálogos, são mostradas algumas coisas de um passado recente (os eventos de Ninja Gaiden, do Xbox), que permeiam a história principal e completam a trama mostrando as motivações de Ryu para tal propósito.

A jogabilidade é totalmente baseada na Stylus, tal qual muitos jogos, mas ela é usada de maneira simplista e funciona 100% (ou 95% dependendo da sua paciência) perfeitamente. Segurando o DS de lado (e aberto como um livro), a Stylus é usada para mover o Ryu (pressionando o ponto da tela aonde você quer que ele vá e segurando lá), um risco para cima na tela faz Ryu pular (com isso é possível executar um pulo duplo ou triplo) e riscando o oponente (ou um ponto qualquer na tela), Ryu atacará.

Clicando em um ponto rapidamente (um toquezinho), Ryu usará suas infinitas shurikens (ou o arco e flecha, adquirido mais adiante) para alvejar o oponente (e necessário contra inimigos voadores ou resolver alguns puzzles). As magias, algo recorrente na série, estão aqui, e Ryu conta com um bom arsenal a sua disposição. Algumas podem ser compradas, outras (como a Das Trevas e a de Gelo) são adquiridas com o desenrolar da história. Para utilizar a magia, deve-se clicar no ícone da magia e pintar o Kanji assim que ele surgir.

Utilizando-se de qualquer botão do DS (preferencialmente usará o direcional), Ryu defende, e combinando com o movimento, ele esquivará, o que se provará de grande valia em determinados pontos do jogo (principalmente as batalhas contra chefes).

A dificuldade é de mediana para difícil, mas tenha em mente que para o padrão de Ninja Gaiden, a dificuldade é essa que citei, mas para os não habituados a série, pode se tornar dificílima a progressão, embora o modo história seja concluído em cinco ou seis horas. Mas, como estamos falando de um portátil, os save points estão bem distribuídos, para caso queira continuar de certo ponto depois, não perder muito da jogatina.

Graficamente é um dos jogos mais impressionantes do DS, tanto a arte selecionada para as cutscenes (que seguem o padrão estático dos jogos de NES) que é no estilo anime, mas sem ser pululante e irritante como em outros jogos.

ng3

Os cenários são simplesmente lindos, utilizando um 3D pré renderizado, tal qual na trilogia clássica de Resident Evil, mas com muito mais qualidade e os personagens, tanto os habitantes do vilarejo, quanto Ryu ou seus inimigos estão bem animados (por assim dizer, já que são poligonais). Os chefes são um caso a parte, pois são enormes e impressionantes, e isso que estamos falando de um portátil. Digo, por mais que o PSP seja superior graficamente ao DS, duvido que este jogo tivesse o mesmo impacto se fosse portado para o portátil da Sony.

As músicas são composições excelentes, que apesar de não serem o tipo que você guardaria em seu player, combinam perfeitamente com o jogo e ação propostas, tendo aquele clima de Ninja… Não o de laranja, que possui músicas alegrinhas demais, mas aqueles que você não quer cruzar o caminho, a não ser que sejam seus amigos.

E uma trivia para quem jogou os jogos do NES: o Jingle de entrada dos capítulos (quando aparece o título e uma breve descrição dele) é uma versão atualizada do Jingle de entrada dos Acts do Ninja Gaiden de NES. Legal, né? As vozes são poucas, geralmente uhn’s e ah’s (de Ryu) e bluargh’s dos inimigos, além de uma ou outra fala esparsa dita por Ryu (como na hora da magia) e alguns personagens possuem pequenas falas nos diálogos. E todas são em japonês, o que prova que 1) A Tecmo foi preguiçosa demais para chamar dubladores americanos para o jogo 2) Os fãs de Ninja Gaiden agradecem por isso.

Finalizando, Ninja Gaiden Dragon Sword é um daqueles jogos que você DEVE jogar se tiver um DS, afinal, Tenchu e Naruto são experiências lamentáveis noportátil, eu falo porque eu sei, viu? Mas isso é história para outro dia.

Com pequenas falhas, e uma dificuldade dosada para desafiar o jogador, esbarra apenas em sua duração curta e nessas falhas ditas. Mesmo assim, obrigatório para donos de DS.

Avaliação do JBox: 95%