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Antes de começarmos a falar sobre o jogo, lhe jogo uma palavra: Doujin. Fale o que ela significa, sem pensar e o que você obteve?


Aposto que o que você pensou logo de cara foram mangás hentai baseados em obras famosas, não é? Você está parcialmente certo.

Doujin é um termo utilizado no Japão para determinar trabalhos independentes na área de mangás, novels e jogos, por exemplo. Não vou entrar em muitos detalhes sobre o assunto, porque não é necessariamente o tema da coluna de hoje.

Outra coisa, que nessas 26 Semanas escrevendo aqui, nunca confessei que sou MUITO fã de shoot’em up’s, os famosos jogos de Navinha. Minha infância foi regrada a partidas de Tiger Heli, Dragon Spirit e Sonic Wings, além de em tempos recentes passar horas jogando games como Ikaruga, Darius e Mushihime-sama.

Dito isso, vamos ao jogo de hoje.

O título, de acordo com o manual, é obra inicialmente de uma pessoa só, e anotem o nome dele, assim vocês terão a quem xingar enquanto jogam: “Aeju Murasame”, que criou Gundemonium em 2003, para PC’s no Japão. Em 2007, a um remake foi lançado, intitulado Gundemonium Recollection, também apenas para PC’s, com uma nova engine e gráficos refeitos.

Em 2010, a publisher californiana Rockin’ Android lançou o jogo (assim como suas duas sequências, Gundeadligne e Hitogata Happa) na PSN, com a coletânea Gundemonium Collection. E em 2011, chegou na Steam, com algumas novidades. Mas vamos ver se Gundemonium Recollection vale a pena os 7 reais investidos?

No século 18, o rápido progresso da humanidade estava a levando lentamente à destruição. Com as pedras filosofais, também conhecidas como Matrizes, a Alquimia avançou bastante, trazendo uma nova era ao mundo.

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Esse progresso entretanto, teve um custo. Essas matrizes foram encontradas na Nascente de Yord, em um local conhecido como Que Pholith. Com a Destruição causada em Que Pholith, o exército Demoníaco (adaptação minha :p) atacou com força total.

As pessoas aprenderam a controlar as Matrizes numa tentativa de conter os demônios. Essas eram chamadas de Mestres da Matriz. Mas mesmo eles não foram capazes de contê-los. Para deter o mais poderoso demônio, conhecido como Gundemonium, uma Matriz Artificial foi criada. Seu nome era Elixirel.

Foi quando as coisas desandaram… Elixirel foi capturada pelo Gundemonium e se rebelou contra a humanidade. A fundação Rosenkreuz, entrou em ação para parar os demônios e pôr um fim nisso.

O ano era 1785, o início da Missão Gundemonium.

O jogo é um shooter de progressão horizontal, como Gradius ou R-Type, mas ele pertence a um gênero que muitos conhecem, mas poucos conseguem (ou tem coragem de) encarar, o famigerado Bullet Hell.

“Mas alface, o que é o Bullet Hell?”, você pode perguntar. A tradução do termo é “Inferno de Balas (ou projéteis) e define os jogos aonde a quantidade de tiros inimigos é imenso, um mar. Games bem conhecidos do gênero são Ikaruga (Dreamcast/Gamecube/Live Arcade), Mushihime-sama (PS2) e Touhou (PC). Quando se vê cada um desses rodando, você percebe a quantidade de balas e se pergunta como irá escapar (em Ikaruga tem um jeito, mas é outro caso), mas tem um jeito bem simples e que exemplifiquei nessa imagem:

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A área com o círculo preto em volta do coração é chamada de Hit Box, e se ela for atingida, seu personagem (ou nave) perde em uma vida. Os pontinhos vermelhos que coloquei (safadamente no paint) exemplificam locais aonde se a bala atingir, não acontece absolutamente nada. Dito isso, é necessário ter o domínio da sua hitbox para poder avançar em um bullet hell (ou ter um pacto com satanás, mas isso é história pra outro dia) da vida.

A princípio, o jogo tem duas personagens (sendo a segunda customizável). Uma é a padrão (não dá para mudar as armas) e a segunda, você pode mudar o armamento na parte de customização. Vou explicar como funcionam os sistemas de jogo, como de Phases, Onsalaughts, Demonic Shifts e Mana/Bombas.

As Phases são alterações de dificuldade que ocorrem durante a partida, conforme você avança sem tomar dano, a Phase aumenta de 1 até 11 (dependendo da dificuldade escolhida, há limites menores), interferindo na quantidade de balas disparadas pelos inimigos. Quando se toma dano, ou consegue uma vida extra quando chegou ao máximo, é subtraída uma Phase.

Os Onsalaughts são bonus de pontuações adquiridos ao matar uma quantidade x de inimigos em um intervalo de tempo. E por qual causa, motivo, razão ou circunstância eu estou explicando esse sistema simples? Simplesmente porque isso dá achievements na Steam/PSN.

Os Demonic Shifts são um sistema de Risco/Recompensa interessante, ao custo de sua Mana, 1 Vida e o aumento da dificuldade, uma alta pontuação lhe é dada, e você pode usar o Rapid Shot da arma da Eryth não super aquece. Se bem utilizado, garante ao menos dois Achievements.

O sistema de Mana permite executar algumas técnicas que ajudam a escapar do mar de balas e/ou deter alguns inimigos. E as bombas são o básico do shooter: use com parcimônia/quando necessário. O que pode afastar muita gente, é a dificuldade apoteótica do jogo, mesmo na dificuldade mais baixa.

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Graficamente o jogo é fluído, para quem gosta daqueles dados técnicos, ele roda a 60 Frames por segundo, o que garante um ritmo frenético aos tiroteios. Some isso ao visual animê e os cenários belíssimos.

Não posso esquecer dos hipnotizantes padrões de tiro, que são O espetáculo do jogo, para quem vê de fora, porque pra quem tá jogando, é algo quase desesperador.

Sonoramente, é bastante agradável também. O jogo tem duas trilhas, a original de 2003, e um Remix disponibilizado no lançamento do jogo na Steam, criado por um dos responsáveis pela trilha de Dance Dance Revolution. Nada que marque, mas são ótimas composições, que casam bem com o visto no jogo.

Finalizando, não sei se recomendaria a compra do jogo, porque eu gostei bastante, mas pessoas que não curtem jogos MUITO difíceis, tendem a desanimar.

Caso esteja curioso, a demo está disponível na Steam e o jogo todo está por R$ 7.

Avaliação do Jbox: 93%