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Antes de começar a coluna dessa semana, dois adendos:

#1 – Eu havia adiantado que a coluna passaria a ser em vídeo, editado… FAIL. Meu PC deu um puta problema e ele tá sem som.

#2 O tema de hoje seria Jet Set Radio, mas não avancei o suficiente para uma análise completa.

Explicações dadas, vamos lá:

Às vezes eu me pergunto: O que é necessário para se fazer um jogo bom? Bons gráficos, uma boa história, jogabilidade bacana? Inovação? E o que é necessário para arruinar um jogo? Bugs? Gráficos ruins? Jogabilidade falha? Ou a adição de um elemento nada a ver com a franquia?

Ah, tanto faz, não sei nem porque escrevi essa baboseira toda. De qualquer jeito, o jogo dessa semana é algo que não é unanimidade, uns acham que é bom, outros acham que é ruim. Vamos analisar Sonic Unleashed.

Tudo estava lá, na mais perfeita tranquilidade, e era só mais uma daquelas perseguições de sempre de Sonic ao vilão Eggman. Quando tudo parecia se encaminhar pro final de sempre (Sonic se transforma em Super Sonic, tudo acaba e todos ficam felizes, Eggman utiliza-se de uma máquina para fazer uma estranha transformação em Sonic e o libera na atmosfera.

Quando acorda, percebe que se transformou numa espécie de Lobouriço e posteriormente descobre que a máquina de Eggman fez mais do que simplesmente mudar sua aparência: ela despertara uma antiga entidade chamada Dark Gaia e dividira o planeta em partes. Agora, ao lado de Chip (que graças a Deus é só um comic relief e não um personagem jogável), Tails (que dá uma mãozinha transportando Sonic de um canto do mundo para o outro) e o Professor Pickle (ele dá algumas informações sobre Dark Gaia), Sonic terá de percorrer o mundo (cujas localidades do jogo remetem a lugares reais) e consertar tudo, mas a diferença é que tudo muda do dia para a noite.

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Olha, se você quiser aproveitar o melhor do jogo no PS2 e no Wii, vai ter que ter paciência, porque o tutorial de Sonic Unleashed é longo, tanto em day stages quanto em night stages, aonde você encara pequenos mini desafios  para explicar a mecânica e acredite, isso enche o saco. Tudo bem, é necessário explicar as técnicas de Drift e quickstep, mas poderia ser feito de forma mais intuitiva, como se fazia em Sonic Adventure por exemplo, que ao escolher o personagem, você podia ver o mapeamento de botões e tudo corria de forma rápida.

No X360 e no PS3, essa mesma explicação de comandos é feito por hints espalhadas pelas fases, o que é mais dinâmico.

Para se chegar as fases, nas versões X360 e PS3, você anda pelas cidades, acha pistas, lembrando o Sonic Adventure, enquanto que no PS2 (e no Wii), há um menu de navegação e conversas (inúteis por sinal) que lembra os antigos adventures, isso na minha opinião, é dispensável e supérfluo, além de ir contra o ritmo de jogo, não diminui a nota, mas entedia.

Os DayStages são a melhor parte do jogo, aqui você controla Sonic em sua essência, veloz e desviando de obstáculos. Os cenários oferecem certo desafio e o design é bem feito, embora tudo se resuma a vá para frente, encontre itens e caminhos alternativos. Os badnicks, são meramente obstáculos a serem transpostos, pelo Boost ou pelo Homming Attack que embora menos suave que em Sonic Adventure por exemplo (se você der um homming attack no nada, não terá impulso algum), você não corre o risco de cair em um abismo por um homming mal executado, e ainda há a chance de cortar caminhos e fazer “manobras”, quando aparece uma mira em algum lugar, execute o homming.

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Os NightStages são o ponto negativo do jogo, a jogabilidade é claramente inspirada em God of War, e tal qual no megahit da Sony, é intuitiva e repetitiva. Mate inimigos, pegue orbs e vá até o final da fase. Há também a evolução de habilidades e o confronto contra chefes gigantes com momentos de Quick Time Events.

As lutas acontecem até em círculos fechados, como em alguns momentos de God of War. A única diferença real é a falta de sangue e de mulher pelada em Sonic Unleashed, por motivos óbvios. Os inimigos aqui tem certa inteligência e dão mais trabalho do que os badnicks mongolóides dos Daystages. Além do design de estágios ter alguns abismos, que aliado a movimentação um pouco escorregadia, pode acarretar em algumas perdas de vida.

Graficamente é o melhor jogo de Sonic no Playstation 2. Um defeito aqui, são as outras cutscenes, não que elas sejam mal-feitas, mas pela impossibilidade de pulá-las. Em pleno 2008, isso é inadmissível. Tudo bem que na primeira vez de QUALQUER JOGO, os mais aficcionados irão assistir com afinco as cutscenes para ver detalhes da história, mas nas vezes posteriores, ter que aguentar as lengalengas é demais, talvez por isso não tenha coragem de recomeçar meu save de Kingdom hearts 1.

Dentro do Game, os cenários estão excelentes, e você poderá co-relacionar algum local no mundo real. Holoska seria a sibéria, Chun-nan fica sendo a China, Shamar no Oriente médio, Spagonia seria a Itália, Apotos a Grécia e Adabat alguma ilha do Pacífico, uma pena que nas versões Playstation 2 e Wii, Mazuri fora reduzida a uma mera boss battle e o estágio que reproduz Nova York (Empire City) foi limado.

O modelo do Sonic é bacana, já o do Werehog parece uma pinata (ou pachorra) e dá vontade de dar uma paulada pra ver se saem doces de dentro. Os Badnicks seguem o padrão nada criativo estabelecido em Sonic Adventure 2 (robos meio militares, embora em SA2 fizesse sentido), com robôs sem criatividade.

Os monstros de Dark Gaia parecem ter saído de um episódio de Lilo e Stitch, e embora sejam bem feitos, são repetitivos. Os mestres, na parte de Eggman, apesar de ainda serem baseados em animais, não são tão espalhafatosos como os de Sonic Heroes. Já os bosses de Dark Gaia estão melhores, por terem mais um fator ineditismo.

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Apesar de ser bem feito graficamente, percebe-se numa olhada, alguns elementos renderizados (e mal), principalmente observando o jogo com o Werehog (cujo ritmo é mais cadenciado do que com o Sonic normal). Outra coisa que esqueci de mencionar no parágrafo anterior, é a decisão sobre o design dos humanos do jogo. Em Sonic the Hedgehog (vulgo sonic 2006), a tentativa de transformar Sonic em real soou confusa e ele parecia um homem fantasiado entre humanos realistas. Aqui em Unleashed, nós temos humanos cartunizados e casou muito bem com os furries do jogo, se a Sega quiser colocar muitos humanos (apenas como cenário, que nem no Sonic Adventure), é uma dica de que caminho seguir.

Sonoramente é uma maravilha, a trilha da maioria dos jogos da Sega SEMPRE merece destaque. O tema principal “Endless Possibility” é cantado pelo vocalista da banda de punk-pop “Bowling for Soup” (Recomendo a música deles “Punk Rock 101″, muito boa), dos diversos temas, meu favorito é sem sombra de dúvidas, o tema de Spagonia Day.

Apesar de que pra tristeza eterna do meu amigo Dark-Fou Lu, o Crush 40 não está aqui. A dublagem é boa, mas ainda assim uma mancada foi feita, não há a possibilidade de trocar o áudio para japonês nas versões PS2 e Wii, então somos “obrigados” a ouvir a dublagem americana. Outra coisa que irrita é a música de batalha nos NightStages, ouví-la uma vez, tudo bem, mas TODA SANTA BATALHA DO JOGO! Ela não altera, se fosse uma música de batalha para cada NightStage, ficaria bom, mas essa repetição enjoa.

Finalizando, Sonic Unleashed é ou para gregos ou para troianos, não para os dois. Num mar de jogos abaixo da média lançados, o ouriço azul teve aqui uma aventura decente, se não foi perfeita, pelo menos mostrou o rumo que a Sega deveria tomar após o jogo, ee Sonic Colors, que é quase um Unleashed sem o maldito WereHog!

Avaliação Jbox: 78%

P.S: Se você tem a versão PC de Sonic Generations, não deixe de conferir o fantástico mod que fizeram do jogo, com os Day Stages de Unleashed e músicas remixadas.