Keiko Moritsugu é uma artista japonesa que já trabalhou em dois animes de grande sucesso: ela contribuiu como artista de CG para Doraemon, série que veio a ser considerada um ícone cultural; e também criou designs de personagens para serem usados na animação de Pokémon (nas fases Black & White e XY). Eis que recentemente, Keiko se expressou no Twitter, comentando sua frustração com a forma que os animes deixam de abordar situações sociais, e como preferem usar personagens ‘sexys‘ para impulsionar vendas. A artista também elogiou Marvel e DC:
“A qualidade dos filmes da Marvel e DC fica cada vez melhor, e a razão disto é que eles trabalham, em seus roteiros, questões que a sociedade está lidando. A animação japonesa tornou-se incapaz de fazer isso. A metodologia para fazer anime é “Enquanto colocarmos algo sexy, podemos enganar otakus e fazer com que eles comprem isso, certo?”
https://twitter.com/W_Fei_hung/status/1121391946436501505
Em seguida, Keiko acrescentou falando sobre as diferenças culturais:
“Hoje em dia, se você fizer um filme japonês como ‘Zootopia‘, eu acho que as pessoas na internet ficariam chateadas e diriam coisas como ‘mate as feministas!’ ou ‘espere, esse filme só foi feito pra agradar as minorias.’ Mas não há nada de errado. Isto mostra que um filme pode ter relevância social.”
Apesar das declarações controversas, é possível concordar com sua opinião? Certamente a maioria dos animes populares abordam com muito menos frequência tais questões que grandes quadrinhos e filmes americanos, por exemplo. Pobreza, violência, poluição, injustiça, supressão dos direitos humanos, discriminação e criminalidade, bem como o aborto, casamento gay, controle de armas, religião, e outros assuntos que afetam direta ou indiretamente muitos ou todos os membros de uma sociedade ainda são pouco abordados ou completamente ignorados por uma grande parte dos estúdios e autores japoneses em suas obras. Enquanto Marvel e DC já falam sobre isso há anos, até mesmo em histórias para um público mais juvenil (Jovens Titãs), as maiores editoras japonesas ainda parecem tratar tais temas com muito receio. Comumente também há a discussão sobre quão exagerado é ou pode ser a sexualização de personagens femininas. Tais discussões parecem perdurar pelos próximos e muitos anos.
No entanto, claramente é um equívoco comparar as vendas de cada uma. Enquanto filmes de super-heróis faturam milhões nos cinemas, as vendas de animes e mangás atualmente conseguem muito mais que suas contrapartes em quadrinhos.
[Via ComicBook]
Isso é tão completamente falacioso que nem vale a pena perder o tempo discutindo
“No entanto, claramente é um equívoco comparar as vendas de cada uma. Enquanto filmes de super-heróis faturam milhões nos cinemas, as vendas de animes e mangás atualmente conseguem muito mais que suas contrapartes em quadrinho”
Os mangás faturam mais q os animes? Fico feliz com isso. Como comentei em outro site, visualmente o estilo de arte dos mangás são bem mais bonitos. Tentei ler algumas HQ’s mas é feio q dói
Vendo o currículo da moça na Bulbapedia, a contribuição dela em Pokémon é pífia.
No mais, a moça é totalmente sem noção. Um dos maiores pontos positivos dos animes/mangás e porque eles são melhores que o desenhos/gibis americanos é justamente não dar a mínima pra essas politicagens que só servem pra dividir as pessoas.
Hoje um dos motivos pra Marvel vender menos HQs que a DC é que ela tá bem mais pro lado canhoto da política, nem pra fazer de uma forma legal mas fazem de forma militonta.
Ela tem alguns pontos de razão, animes abordavam sim mais temas complexos ou questionadores, Neon Genesis Evangelion, Death NOte e Legend of the galactic heroes, hoje parecem mais puxados pro mundo de fantasia mas poxa se olhar bem o número de animes bons é quase o mesmo, só que mais animes não-sérios ou porcarias aparecem mais.
Na verdade, essa informação está equivocada, Eduardo. No ano de 2018, 7 das 10 hqs mais vendidas nos Estados Unidos foram da Marvel, enquanto 3 foram da DC (fonte: https://ovicio.com.br/diamond-comic-revela-lista-das-10-hqs-mais-vendidas-de-2018/).
Trazendo mais para perto, levando em conta a quantidade de quadrinhos vendidos durante o mês de março, a Marvel liderou o mercado, embora a DC tenha faturado mais dinheiro com menos revistas vendidas (fonte: https://www.diamondcomics.com/Home/1/1/3/237?articleID=228651).
Já em abril, mais que metade dos gibis solicitados para venda foram da Marvel, com as duas revistas mais vendidas sendo da editora, que ocupa 6 posições no top 10 enquanto a DC ocupa 4 (fonte: https://www.newsarama.com/45123-april-2019-comic-book-sales-charts.html).
Honestamente, apesar de concordar na maioria das vezes com as ideias e argumentos ditos como progressistas, eu não vejo obrigação alguma de mangakás e roteiristas inserirem “questões que a sociedade está lidando” em toda obra que sair a partir de agora no Japão. Entretenimento não tem exatamente que educar, e para cumprir bem sua função, tem apenas que divertir e entreter, passando às vezes algumas mensagens, mas de maneira descompromissada, sem aspirar mudar a vida ou a visão de mundo de ninguém. Essas tais questões para serem melhor absorvidas, mesmo por um público mais conservador, tem que estarem inseridas nas obras de uma maneira mais “orgânica”, “natural”, sem parecer que só está lá pela “lacração”, e isso vários animes já fizeram ao longo dos anos, sem esse alarde que a ficção ocidental faz (“Vejam! Série/Filme X terá personagem gay”) cada vez que insere algum personagem ou pauta representativa em suas propostas. Lembro que a primeira vez que me recordo por exemplo, de ter visto um personagem LGBT em um anime, foi em Bucky, o Hell/Hyou, e isso no fim dos anos 90 e começo dos anos 2000.
Concordo com ela na perte da sexualição. Estão sexualizando até personagens infantis nos animes
Caramba a Marvel então ainda tá forte, vi um vídeo do Peter se a Marvel pararia de fazer HQs (claro que não mas enfim) e apesar das HQs não venderem muito como era nos anos 80 e 90, ainda estão vendendo normal, mas percebi que tanto na Marvel quanto DC vendem mais os consagrados delas, DC com Batman e SUperman, Marvel com pouco mais de variedade com HOmem Aranha, Quarteto fantástico e até o Venom.
Ela também não está dizendo que é obrigação ser o contrário (em vez de nada, tudo). Tanger um tema não necessariamente configura-se propor didática. O autor ou autora estará simplesmente abordando um tema com a sua visão ou de forma neutra oferecendo várias visões sem um resposta. E é impossível você não tanger o mundo a sua volta na tua obra, acho isso quase impossível. Algo que me chama a atenção nos animes é a tendência de não existirem muitas histórias pautadas na realidade, a maioria delas é fantasia. Claro que isso não tira os méritos e até potência de abordar o mundo real (isekai por exemplo é um grande reflexo do isolamento social sobretudo masculino que parece ocorrer no Japão e isso pode ser visto em muitos de seus aspectos, como muito dos protagonistas ganharem um harem no seu mundo de fantasia).
Mas assino embaixo do teu comentário sobre a lacração. A indústria cinematográfica do ocidente às vezes força a barra com isso e o povo ta aí babando, exaltando. Tato artístico é sempre importante.
Há um engano na sua relação de causa e consequência. Não são as histórias que trazem as “politicagens” e então dividem as pessoas. As histórias trazem isso, porque a sociedade já trouxe. Não querendo dizer que não seja possível a arte emanar temas adormecidos, mas nisso especificamente não o faz. Isso só da treta porque tem gente que simplesmente se recusa debater esse tipo de tema. E aí, amigo, paciência, porque não é porque você não quer, que ninguém tem que querer também.
É bacana quando uma profissional da área faz essa reflexão, ajuda a indústria como um todo a melhorar. Veremos se ela será ouvida ou não, ainda mais no japão.
Essa discussão sobre o conteúdo dos animes é velha pra burro. O Hayao Miyazaki, um dos principais diretores do Estúdio Ghibli, há anos questiona os rumos que a animação japonesa está tomando, cada vez mais voltada para “nichos”, ao invés de tentarem criar histórias com um apelo mais abrangente.
Mas, claro, ainda temos produções mais preocupadas em contar uma boa história.
“Os mangás faturam mais q os animes?”
Ele não disse isso ele disse que mangas tendem a vender mais que quadrinhos (HQ’s)
Bom ela na errada, ta equivocada mas não errada.