ATUALIZAÇÃO:

19/09 — 12h24

Joe Merrick, do Serebii.net, teria entrado em contato com a Pokémon Company International e recebido a resposta de que a empresa não tem qualquer problema com criadores de conteúdo ou fãs jogarem de acordo com regras Nuzlocke, e que nenhum criador teria sido expulso do programa voltado a criadores de conteúdo por causa de jogatinas Nuzlocke.

Dadas as informações discrepantes, é possível que quando Kit e Krysta fizeram o pedido, a Pokémon Company tenha interpretado que uma jogatina Nuzlocke era equivalente a utilizar randomizers ou outro tipo de modificação — alguns jogadores fazem Nuzlockes utilizando alterações de software, o que entraria no conceito de pirataria.

Segundo o usuário Patterrz é possível que a empresa não soubesse que existem Nuzlockes sem isso (ou que não queira esse conteúdo no canal oficial da série) e apenas os criadores que utilizam alterações seriam “banidos”.

A Pokémon Company não se pronunciou em seus canais oficiais. Agradecemos ao Danilo por enviar a informação dada por Merrick.

Segue abaixo a nota original.


Num podcast conjunto, Kit e Krysta — dupla que apresentava o Nintendo Minute no canal oficial da empresa — fizeram um vídeo respondendo perguntas de assinantes do Patreon, que por vezes abordam a vida deles quando trabalhavam para a Nintendo (eles passaram mais de 13 anos trabalhando juntos lá).

Em um dado momento, eles mencionam uma vez em que pediram à Pokémon Company para fazer uma jogatina “Nuzlocke” no Nintendo Minute, e receberam a notícia de que a empresa considera Nuzlocke “no mesmo nível que usar ROMs hackeadas”, um tipo de pirataria. Eles também mencionam que criadores de conteúdo que fazem esse tipo de gameplay entram para a “lista negra” da empresa.

Confira o momento no vídeo:

 

O que é um Nuzlocke?

Como explica o site The Gamer, uma jogatina Nuzlocke é uma forma especial de jogar Pokémon dentro da comunidade, na qual os jogadores se impõem regras para tornar o jogo mais difícil.

A “moda” começou em 2010 quando um rapaz conhecido como Ruby/Nuzlocke começou um novo jogo em Pokémon Ruby no qual ele só poderia capturar o primeiro Pokémon de cada área — e se um Pokémon chegasse à exaustão, ele o consideraria morto e abriria mão do bichinho.

Essas seriam as premissas básicas, mas os jogadores podem adicionar outras regras, então não há tanto consenso do que consistiria uma jogatina Nuzlocke. Porém, entre os elementos em comuns nas várias jogatinas, em geral, também não se pode capturar Pokémons lendários nesse tipo de jogatina, além das premissas básicas citadas anteriormente.

Como é perceptível, o Nuzlocke é muito diferente de uma versão hackeada, na qual uma pessoa altera o código do jogo modificando elementos, o que pode entrar em conflito com leis de direitos autorais dependendo das diretrizes de uso do software, sendo considerada, num geral, pirataria por grandes empresas de jogos. Em jogatinas Nuzlocke, não há qualquer alteração do código do jogo, as regras são auto-impostas pelos jogadores e não presentes no game em si.

Não é só a Pokémon Company que tem problemas com os criadores de conteúdo: a ShoPro, responsável pelo animê, pede remoção de conteúdo de forma que muitos criadores consideram abusiva, e recentemente enviou uma notificação judicial para um youtuber.

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Fonte: Patterrz


Os primeiros jogos de Pokémon foram Red e Green (no Japão), lançados em 1996 para Game Boy. O lançamento internacional, no entanto, foi das versões Red e Blue, em 1998, levemente modificadas (posteriormente seria lançada a versão Yellow).

A franquia faz, desde então, enorme sucesso mundial, tendo também animês, mangás, diversos tipos de produtos licenciados além, de claro, vários outros games. Cada vez que um jogo com novos Pokémons é lançado, considera-se ser uma “nova geração”. Atualmente, estamos na oitava geração da série.

Em toda estreia de jogo da série principal, uma animação para TV é produzida se passando no novo continente. Mas, com as facilidades das redes sociais, a Pokémon Company vem diversificando o conteúdo por outros meios, oferecendo uma série de opções pelo YouTube.

A série animada principal conta a história de Ash Ketchum (Satoshi, no original em japonês), um aspirante a treinador de Pokémon. Ao lado de Pikachu, seu primeiro Pokémon, Ash inicia a jornada para se tornar um mestre, desbravando regiões, conhecendo novos amigos e enfrentando os planos malignos da Equipe Rocket – uma corporação que sequestra Pokémon poderosos, mas que frequentemente é representada por um trio de vilões atrapalhados.

Na virada de 1999 para o ano 2000 foi febre ao ser exibido no Brasil pela TV Record e Cartoon Network, rendendo álbuns de figurinhas, roupas, CDs, tazos, brinquedos diversos, revistas oficiais e uma infinidade de produtos relacionados. Posteriormente, também teve temporadas exibidas na Rede Globo e RedeTV!, além de ter algumas fases disponíveis na Netflix e Prime Video.