O youtuber irlandês Mark Fitzpatrick, do canal TotallyNotMark, postou há alguns dias em seu canal um novo vídeo sobre o caso Toei. No vídeo, ele explica que, por meio do contato de uma pessoa do YouTube, ele soube mais sobre as 155 reivindicações de direitos autorais recebidas da Toei.
Segundo informado, a Toei teria entrado em contato com o YouTube por email para deletar – e não apenas bloquear – todos esses vídeos. Como isso culminaria também na remoção da conta de Mark, o YouTube pediu mais informações pois viu nos vídeos o chamado “uso justo” (fair use).
Ao invés de se justificar à plataforma, a Toei utilizou ferramentas para bloquear cada um dos vídeos manualmente, quebrando regras do YouTube (as empresas precisam considerar o uso justo antes de fazer esse tipo de pedido).
Ainda segundo Mark, se a Toei tivesse explicado que as leis japonesas foram violadas, o YouTube possivelmente teria seguido com as remoções – a interpretação japonesa de “uso justo” é um tanto complicada. Mas como ela infringiu as políticas da plataforma, os pedidos de bloqueio se tornam nulos.
Contudo, segundo o contato, se ele colocasse tudo de volta no ar, correria o risco de acontecer de novo, e desta vez, da Toei justificar seus motivos. O impasse se estendeu até janeiro, até o YouTube decidir fazer algo inédito: remover os vídeos apenas no Japão, que não é o público-alvo do conteúdo de Mark.
Como os vídeos se enquadram em uso justo em boa parte do mundo, essa foi a solução encontrada. O YouTube trabalha com restrição geográfica, mas nunca havia feito isso em uma disputa por direitos autorais. Isso cria, portanto, um precedente para qualquer outro criador de conteúdo.
Com isso, para deletar o conteúdo por completo agora, a Toei teria que argumentar que os vídeos são ilegais em outros países também. Apesar das diretrizes do YouTube – e das leis de muitos países – permitirem o uso justo, as leis japonesas não incluem exatamente esse tipo de conceito. No entanto, sendo um conteúdo postado em inglês na Irlanda, é um pouco confuso qual regra valeria.
Mesmo assim, até na lei japonesa há o direito de citar um trabalho que é público (no sentido de já ter sido lançado) “dentro dos limtes justificáveis”, incluindo os objetivos de reportagem, crítica e estudo. Isso está previsto no artigo 32 do capítulo II da lei tratando de direitos do autor, mas a questão é mesmo um tanto complicada. As mudanças na legislação ano passado ainda permitem o compartilhamento de screenshots e coisas do tipos.
Os vídeos de Mark estão de volta em seu canal (exceto para o público japonês).
Agradecemos ao Camilo pela dica.
Que bom que ele conseguiu! A Toei é uma empresa péssima em todos os sentidos. Sabotar YouTuber que divulga os animes deles de graça é muito estúpido.
compartilho com esse mesmo pensamento Augusto
CHUPA TOEI!!! Cara se fosse derrubada de exibição ilegal blz, agora de uma parada q divulga a obra é sacanagem. Toei é muito burra, tem de se ferra.
Ainda bem.Espero que a toei um dia se ferre e para de derubar vídeos dos outros que dão marketing de graça para ela.
Sem querer ser chato nem nada… Mas a Toei pode ter agido como próprio resultado das mudanças nas leis japonesas. É aquela regra do tipo “se não fazer valer os direitos, acaba perdendo-os”.
De qualquer forma, interessante a saída encontrada pelo youtube.
EDIT: lembrei que a Tsubaraya também coloca bloqueio de região em alguns videos do canal dela, notadamente, os uploads de Ultraman Trigger (com legendas em outros idiomas além do inglês) e das reprises de Ultraman Mebius e do Ultraman original
Sim, de fato ela agiu conforme as leis japonesas. Mas como diz a velha máxima: “Só porque algo está dentro da lei, não significa que ela é ética”, ainda mais quando temos esse conflito de soberania entre legislações.
Isso ainda vai dar muito pano pra manga, mas pelo menos escancara a má-fé muita empresa tem de classificar fair use como pirataria.
Fico feliz pelo Mark
E tem um monte de japonês que é mais burro ainda, em um outro site que traduziu os comentários de japoneses estavam criticando a postura do youtube em relação ao caso e até chamando o cara de ladrão, muitos não sabem nem que em outros países há gente que faz a mesma coisa que ele ou não tem a menor noção do que é fair use, daí você percebe de onde vem a postura ridícula de empresas como Toei e Nintendo, o irônico é que lá eles fazem reclamações parecidas sobre a Disney por lá, praticamente as mesmas que no resto do mundo se faz sobre a Nintendo.