Uma das coisas que eu havia dito aqui na resenha de Cemitérios de Dragões (quase um ano atrás) vale para a resenha de hoje. Eu realmente lamento que minha leitura seja rápida. Verdade. Enfim, desde o final de Cemitérios de Dragões eu venho querendo saber como seria a sequência, e finalmente eu pus minhas mãos nela. Será que ela vale a pena seu suado dinheirinho?

Derek, Daniel, Romain, Amber e Ashanti finalmente conseguem voltar para o mundo que conhecem. Após lutarem grandes batalhas em Cemitérios de Dragões, nada mais parece o mesmo, e cada um do grupo de metalizados vai precisar enfrentar os próprios demônios. Para piorar, a humanidade recebe a visita de uma ameaça mortal: os dragões chegam à nossa dimensão, e o caos reina.

Do Rio de Janeiro a Tóquio, da Cidade do México a Kigali, as bestas espalham o pânico pela Terra, deixando apenas um rastro de destruição e morte.

Derek se sente obrigado a revelar aos seus superiores do exército americano o grande segredo que compartilha com os quatro com quem lutou pela sobrevivência na outra dimensão. Agora, além de ser perseguido pelos líderes mundiais, o grupo, dotado de uma tecnologia que mescla metal-vivo e sangue de dragão, terá que combater criaturas aladas e a própria cria do demônio-bruxa. Talvez os cinco sejam a última esperança da humanidade em meio a um cenário de extermínio.

A primeira coisa que nos vem a mente quando lemos o prólogo é: “f*deu, f*deu, os Dragões chegaram, tamo ferrado, salve-se quem puder!” Porém, esse ainda não é o tom do livro (apesar de eu recomendar vocês a não irem assistir Brasil x Uruguai pelas Eliminatórias da Copa). Aqui, descobrimos que os personagens lidaram de maneira diferente com os poderes que receberam, e também os conhecemos melhor.

Não cabe aqui a mim falar das personalidades dos heróis (já os descrevi na análise de Cemitérios), mas aqui eles estão (em alguns casos) um pouco mais maduros. Romain está para estrelar um filme de ação e se aprumou e Daniel está um pouco mais compenetrado, mas ainda é o mesmo nerd hacker.

Enquanto que no primeiro livro, a narrativa era fragmentada pelo fato dos heróis estarem em diferentes locais daquela dimensão, aqui, apesar da narrativa ainda estar fragmentada, ela parece estar menos dividida, já que muitas coisas acontecem quando os personagens estão em grupos (as desventuras de Romain e Daniel por Tóquio são um exemplo). A ação não é frenética, mas intensa quando ocorre, e dosada de maneira que satisfaça o leitor. E o desfecho… Mais uma vez você fica surpreso com o final que Draccon deu aos eventos e vai querer saber o que vai acontecer no próximo livro.

E assim como a obra anterior, existem as referências, tanto à cultura pop, quanto ao mundo do tokusatsu em si.

Algumas são mais claras, e outras até podem passar despercebidas por quem não manja de tokusatsu, mas quem conhece ficará rindo feito um retardado. E uma sequência em particular, lembra muito uma certa série sobre um herói de preto que tem anteninhas.

cidadesdedragoes
Com doses maiores de ação e drama, Cidades de Dragões mantém o nível de seu antecessor, preparando terreno para a conclusão da Trilogia Legado Ranger, que se dará em 2016.

Cidades de Dragões foi lançado pela Editora Rocco (no selo Fantástica Rocco), e custa R$ 34,50.

Avaliação final:

5/5