O texto a seguir traz eventos do primeiro episódio da Shadows House. Apesar de evitar spoilers, pode acabar trazendo informações indesejadas sobre a série.


Um dos animês aguardados da temporada, Shadows House estreou neste sábado. A premissa é um pouco curiosa: uma boneca-viva com aparência humana servindo como empregada de Kate, uma jovem de uma família nobre, os Shadow. A jovem, no entanto, não possui rosto, sendo basicamente como uma sombra humana vestindo roupas.

A cena inicial certamente é feita para deixar o espectador curioso sobre a trama, abrindo alguns mistérios da mansão dos Shadow. Mas o resto é funciona quase como um slice of lice, trazendo o dia-a-dia da nossa protagonista e sua mestra – com quase todo o episódio se passando dentro do quarto de Kate.

É pela interação das duas que vamos entendendo melhor o cenário. Os tais bonecos, realmente muito “humanos” diga-se de passagem, não estão ali apenas para limpar cômodos, mas servem de rosto aos seus mestres. Isso não fica muito bem explicado, ao menos por enquanto.

Imagem: A boneca abrindo as cortinas.

Reprodução:

A nossa protagonista começa sem nome (essa questão funciona como o “tema” do episódio) e é quem se destacada nesse começo. Já a “patroa”, apesar de presente em quase todas as cenas, fica um tanto apagada. Servindo como um artifício para introduzir esse novo mundo, Kate ainda não mostra muito de sua personalidade. Em comparação à obra seriada na Young Jump, algumas cenas com a personagem parecem ter menos impacto na animação e talvez seja essa a origem da impressão.

Imagem: Emiico limpando o quarto de Kate.

Reprodução.

De qualquer modo, aqui vemos a boneca limpando o quarto, fazendo algumas aparentes tentativas de se aproximar de Kate, e quase morrendo de fome em um certo momento.

Há um estranhamento inicial entre as duas, mas ao final do episódio elas parecem estar começando a formar uma espécie de amizade.

Também há um claro enfoque no contraste das personalidades: a garota é alegre e desastrada, já Kate é quieta e reservada (às vezes, parece até incomodada com toda a situação) – curiosamente as duas são quase idênticas fisicamente, isso dá um certo tempero às suas diferenças.

Mas não é só com a Kate: a personalidade enérgica da boneca é contrastante com todo o ambiente ao redor dela. É como se ela nem parasse para pensar sobre o lugar onde está – isso é divertido, mas também um pouco esquisito. Seria tipo a Dorothy, de O Mágico de Oz, indo parar em um filme de terror, mas seguindo como se nada de errado estivesse acontecendo.

Já avisando os leitores da série, esse episódio condensa muitos eventos e muda a ordem de outros. No entanto, é compreensível a escolha do CloverWorks, o quadrinho possui seus recursos para manter o interesse ao longo de diversos capítulos introdutórios, mas o animê precisa entrar de forma mais dinâmica no foco da trama.

A escolha não é ruim, pelo contrário, é bem executada mas, como tudo, possui seus reveses. Mas o principal deles, a sensação de tudo correr rápido demais, talvez nem passe por quem está conhecendo a história pela primeira vez. Enfim, a adaptação parece seguir por um caminho bom: trabalha em cima da ambientação e reformula as passagens que talvez não funcionassem tão bem na animação, incluindo trechos novos para complementar a trama.

Imagem: Emilico e Kate.

Reprodução.

Um destaque fica para a trilha sonora, capaz de acompanhar bem a “pegada” da série e ajudar a “dar o tom” de diversas cenas. A abertura, em muita consonância ao clima da trama, já “apresenta” diversos personagens que devem dar as caras nos próximos episódios.

Difícil julgar por quem nunca viu nada, mas, para mim, o episódio consegue dosar bem o humor nos momentos de respiro com a apresentação dos mistérios da casa, ficando com um clima de “conto de fadas às avessas”. Se seguir adaptando de forma competente a narrativa do mangá, tem potencial para ser um dos melhores da temporada.

https://youtu.be/e07u0injFyw


Shadows House pode ser acompanhado simultaneamente com o Japão pela Funimation. A empresa fornece ao JBox um acesso à plataforma.


O texto presente nessa resenha é de responsabilidade de seu autor e não reflete necessariamente a opinião do site JBox.