Em entrevista para o canal Bentô Omelete nesta quarta (21), Nelson Sato, CEO da distribuidora Sato Company, falou sobre seus próximos passos no mercado.

Perguntado sobre as dublagens de Kamen RiderSato frisa que já resolveu o problema dos direitos conexos com Elcio Sodré, dublador de Issamu Minami na série Kamen Rider Black (1987) e afirma que está “resolvendo todo o problema com todos os dubladores” e que em breve teremos “novidades no mercado”.

Sobre o episódio 51 de Black, que permanece inédito na TV brasileira — e atualmente está disponível no Brasil pelas plataformas de streaming Prime Video e Pluto TV, apenas na versão legendada –, Sato anunciou que pretende lançar a dublagem primeiramente nos cinemas. Vale lembrar que esta versão está pronta desde julho de 2020. “Vamos colocar porque tá todo mundo querendo assistir o episódio 51. Então a gente vai fazer um especial e colocar o (episódio) 51 em cinema”, comentou Sato.

Os dubladores Elcio Sodré, Francisco Bretas e Luiz Antônio Lobue haviam retornado para reprisar os papéis de Issamu Minami/Black, Shadow Moon e o narrador, respectivamente.

imagem: nelson sato, forlani e moo-chan em cena do bento.

Nelson Sato (ao centro) em entrevista para os apresentadores Forlani e Moo | Reprodução/Bentô Omelete

Nelson Machado havia emprestado sua voz para o Grande Rei na dublagem do último episódio de Kamen Rider Black. O dublador do Quico, no seriado mexicano Chaves e do Dan Shimaru, nos primeiros episódios de Lion Man “laranja”, dirigiu este trabalho no estúdio Centauro. E Cassiano Ávila, dublador de Shadi em Yu-Gi-Oh! O Lado Negro das Dimensões, fez a voz da moto orgânica Battle Hopper no episódio final.

A dublagem de Kamen Rider Black está suspensa desde 3 de setembro de 2020, quatro dias após seu retorno na TV brasileira, pela Band – que teve que cancelar a exibição da série na ocasião.

Sobre as demais séries Kamen Rider adquiridas pela empresa, Sato disse que todas serão lançadas pela plataforma de streaming Amazon Prime Video, uma vez que a mesma lançou a série Kamen Rider Amazons em 2016 – três antes da inauguração do serviço no Brasil – e está ciente sobre a importância da franquia.

Atualmente o Prime Video disponibiliza as séries Kamen Rider Black, Kamen Rider Black RX (1988) e Kamen Rider Zi-O (2018). Em dezembro de 2021, a Sato Comany lançou o filme Kamen Rider Zero-One: Real×Time (2020) na Mostra de Cinema Japonês.

imagem: kamen rider kuuga e sua contraparte civil.

Em breve, Kamen Rider Kuuga e mais séries inéditas da franquia estarão no Prime Video | Divulgação/Toei/Ishimori Pro

No dia 1º de janeiro deste ano, a Sato Company anunciou a aquisição das séries Kamen Rider Kuuga (2000), Kamen Rider Agito (2001), Kamen Rider Ryuki (2002), Kamen Rider 555 (Faiz, 2003), Kamen Rider Blade (2004), Kamen Rider Hibiki (2005), Kamen Rider Kabuto (2006), Kamen Rider Den-O (2007), Kamen Rider Build (2017) e Kamen Rider Zero-One (2019).

Sobre o filme brasileiro de Jaspion, anunciado em fevereiro de 2018, Sato disse que está com o projeto está com o “argumento pronto”, mas que o roteiro ainda não está.

“Com todas essas mudanças de mercado, pandemia, a gente preferiu desenvolver um pouquinho melhor e fazer uma renegociação com o Japão (no caso, com a produtora japonesa Toei Company), porque no contrato tinha alguns pontos que não estavam favoráveis pra gente e agora a gente ajustou”, explicou o empresário.

E a distribuidora vai lançar uma plataforma de streaming gratuita no início de dezembro, em parceria com a Philips e a Samsung. Todos os títulos licenciados pela Sato Company, inclusive produções de animê e tokusatsu, estarão reunidos para o nicho asiático.

Em julho de 2016, a Sato Company lançou a plataforma de streaming WOW! Play, como uma iniciativa para abrigar as séries tokusatsu que foram “rejeitados” pela Netflix – com exceção de Kamen Rider Black, que possuía dificuldades de negociação com a Toei à época. O WOW! Play encerrou suas atividades em fevereiro de 2017, durando apenas 7 meses e marcado por constantes problemas em seu player.

E no final da entrevista, Sato anuncia que os dois primeiros episódios das séries inéditas de Kamen Rider estarão disponíveis, em breve, no canal oficial no YouTube.

Assista a entrevista na integra:


Fonte: Bentô Omelete


Kamen Rider Black

Divulgação/Toei

Kamen Rider Black foi exibido pelas emissoras japonesas TBS e MBS, de 4 de outubro de 1987 a 9 de outubro de 1988, totalizando 51 episódios (e mais dois para o cinema). Sendo a oitava série da franquia dos motoqueiros mascarados, a proposta inicial era ser um “marco zero”. Ou seja, um novo começo e sem relação com seus antecessores (mas essa ideia logo foi descartada).

A trama envolve os irmãos adotivos Issamu Minami (Kotaro Minami) e Nobuhiko Akizuki, que nasceram durante um eclipse solar e foram destinados a disputarem pelo título de Imperador Secular do satânico Império Gorgom. No dia em que completaram 19 anos, Issamu e Nobuhiko foram submetidos a uma metamorfose para se tornarem Black Sun e Shadow Moon, respectivamente. Apenas Issamu consegui escapar, mas adquiriu superpoderes. Como Kamen Rider Black, o jovem enfrenta os monstros da semana enviados pelos sacerdotes de Gorgom. O nascimento de Shadow Moon marca o início da fase final da série, marcada pela morte e ressurreição do “homem mutante”.

No Brasil, a série foi exibida pela extinta Rede Manchete, que em 1995 também exibiu a sua continuação, Kamen Rider Black RX (de 1988). Issamu Minami ganha novos poderes e passa a enfrentar os invasores espaciais do Imperio Crisis. Durante a trama, RX ganha duas formas: Robo Rider e Bio Rider. Black RX foi adaptado nos EUA para o bizarro Saban’s Masked Rider, que foi exibido no Brasil pelo extinto canal pago Fox Kids, ao mesmo tempo que a versão original era exibida na TV aberta. Atualmente os direitos de Black RX estão expirados desde quando a Disney era a detentora de Power RangersVR Troopers e Beetleborgs na década de 2000.