No final de 2009, fiz um guia explicando para os leitores como funcionava o processo de adaptação de uma mangá para nossa língua. Na época simplifiquei muita coisa apenas para deixar as coisas mais fáceis de entender.
Ultimamente, vejo-me comentando certos aspectos de um mangá que esse guia nunca abordou ou que abordou muito simplificadamente.
Embora acredite que meus leitores consigam ter uma ideia vaga de como funciona e entendam o que estou criticando nas minhas resenhas, não vejo por que não explicar esses aspectos em específico de forma mais clara e detalhada para aqueles interessados.
Neste guia vou falar sobre a parte da “edição”, ou seja, o processo de se pegar uma imagem japonesa e transformar numa em português. Caso você já esteja confuso desde este momento, leia o “Especial: Adaptando Mangás Para o Mercado Brasileiro“, por favor.
Todas as edições, traduções e imagens foram feitas por mim para fins educacionais. Tentei fazer a coisa bem bonitinha, mas por ser um “scan” de internet a qualidade não está lá essas coisas. Mantenham em mente que é apenas exemplos e representações, não levem tão a sério a qualidade da minha adaptação.
Pois bem, você, um visionário do mercado de mangás, abriu uma editorinha no fundo da sua casa e vai trabalhar com o mangá “Crazy for You” (de Karuko Shiina, autora de Kimi ni Todoke).
Depois de todo processo de compra e tal, você recebeu os volumes e digitalizou página por página, além de ter achado um tradutor por aí nos confins da liberdade.
Agora você tem toda a tradução e todas as páginas digitalizadas. Hora de começar o processo de edição! Esta aqui é a página que vamos trabalhar:
A diferença entre essa imagem e a de uma empresa “de verdade” é que a minha tem qualidade bem baixa e por isso o degradê e as texturas ficam menos nítidos. Uma empresa tem acesso ou digitaliza as páginas em tamanhos absurdos, mas vamos ignorar isso aqui, tá? Todas as imagens (ou quase) que eu colocar aqui tem versões maiores, clique nelas para ver.
Para “tratar” a imagem, “apagar” e “reconstruir” as coisas se usa programas de edição. No caso, o Adobe Photoshop é o mais utilizado para este fim. Aí abaixo é uma versão um pouco antiga de 2010, mas todos eles tem mais ou menos a mesma cara e fazem praticamente a mesma coisa.
Ok, hora de trabalhar. A primeira coisa que se faz é tratar a imagem. Às vezes já tá tudo certinho e tal, mas se foi você mesmo, na sua empresinha, que digitalizou, esse processo vai ter que ser feito. Basicamente você vai ajeitar os tons da imagem, deixar mais escuro ou mais claro, brilho, contraste e tudo mais.
Este processo aqui é ainda mais importante quando a empresa pega uma página colorida e transforma em preto e branco. Às vezes o autor usou cores muito escuras e quando se converte fica uma coisa horrível de tão pesado, com o Photoshop você pode clarear e deixar mais agradável e fácil de se ver a imagem.
Depois de alguns pequenos processos aqui está a minha imagem tratada. Pessoas não acostumadas não enxergam muito bem a diferença, mas basicamente o que fiz foi garantir que os traços feitos de nanquim estão realmente pretos e o fundo da página e dos balões estejam realmente branco.
O próximo passo é “apagar” as falas japonesesas, na verdade o que se faz é pintar de branco por cima. Existem várias variações de como se fazer isso ou com que ferramenta que não vem ao caso, o importante é ficar assim:
Neste processo ocorre (ou ajuda a causar) quatro tipos básicos de erros de edição: 1. apagar mais do que devia, não por a tradução e sumir com o troço; 2. apagar as coisas com outro tom que não branco, 3. apagar um pedaço da imagem por deslize e 4. não apagar o que devia.
No primeiro caso, temos como exemplo a editora Savana, que já não está entre nós, e sua obra Aflame Inferno que teve várias “falinhas” e “onomatopeias” apagadas sem a tradução no lugar. A forma de se lidar com isso e garantir que não ocorra é ter um revisor ou letrista com acesso ao original e que irá checar se o tradutor/letrista esqueceu de algo.
No segundo caso, temos a editora Nova Sampa, com o Marcelo Del Graco, e Hitman. Nesta obra toda a “apagação” foi feita com um tom cinza claro, que o editor não percebeu. Quando saiu do monitor dele e foi parar nas páginas amareladas deu para perceber direitinho. Pura falta de atenção e cuidado.
Exemplo de apagar as coisas com outro tom que não branco da Nova Sampa, obra Hitman #1.
No terceiro caso, não me lembro de nenhum mangá em que isso tenha acontecido, mas imagine que sem querer alguém tenha passado uma linha de branco no meio da blusa do personagem. Também é falta de atenção.
No quarto e último caso aconteceu várias vezes na NewPOP, muitas falinhas e textos deixados no original com a tradução por cima deixando uma poluição absurda. Savana também fazia isso. Na maioria das vezes é uma escolha da editora, mas às vezes ocorre deslizes. Um exemplo brasileiro de deslize é a L&PM em sua obra “Aventuras de Menino” onde foi deixado uma pontuação japonesa (o travessão prolongado) e apagado o resto.
Exemplo de pedaço não apagado do texto da L&PM, obra Aventuras de Menino.
Não é só no Brasil que acontece não, lembro de um americano no volume 1 de Code Geass: Suzaku of the Counterattack da editora Bandai, logo nas primeira páginas uma das narrações foi totalmente esquecida e aparece o texto por cima.
Agora está tudo apagadinho de branco, uma beleza. Como pode ver, mal começamos o processo, mas várias editoras no Brasil param aqui mesmo. São elas a JBC, a L&PM, a Conrad e a Nova Sampa. Muito antigamente a Panini fez isso, assim como a NewPOP no começo.
Atualmente não tenho visto isso acontecer nas duas anteriores e por falta de atividade de algumas outras pequenas editoras (tipo Abril, Zarabatana, Lumus, HQM) fica difícil dizer algo. Não quero dizer que elas sempre param aqui, em uma ou outra página ou situação eles continuam o processo, mas em várias páginas tudo que fica são esses “apagadinhos”.
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Exemplo de trabalho pela metade da JBC, obra Rurouni Kenshin #1.
De volta ao tópico, você, dono da empresa, é um cara correto e que pretende fazer um produto de boa qualidade. Então continuará o processo. A partir de agora é a “reconstrução”, reconstruir significa redesenhar, repintar, refazer a imagem original. É um processo bem manual e que exige capacidade de desenho, criatividade e lógica do funcionário. Não é à toa que a Mythos e a Elza contratam várias pessoas conhecidas por seus trabalhos com desenho.
O primeiro passo é refazer os contornos, basicamente olhe para a imagem como um todo e analise o que tinha por trás das letras, olhe as linhas ao redor e na sua mente você começa a encaixar as peças. Depois de fazer em zoom e reconstruir, volte ao tamanho menor e veja se sobrou pontas soltas etc.
Ajuda muito ter alguma base também, não é incomum os autores repetirem certas imagens e cenas, além de servir de base para saber (por exemplo) o que tinha numa blusa. Um bom exemplo de “genialidade” em usar outras páginas e imagens foi o editor do Battle Royale #12, da Conrad, que percebeu que a mesma imagem aparecia duas vezes no mesmo volume e a copiou na primeira, onde havia reconstrução.
Além de imagens no mesmo volume, você sempre pode contar com ilustrações do autor. Por exemplo: Na edição 1 de Kenshin, da JBC, a primeira abertura de capítulo é também a capa do volume e uma ilustração com várias versões (ridiculamente fáceis de achar pela internet), mas este caso aqui a pessoa não soube se aproveitar do fato e a versão “reconstruída” apresentou vários erros de continuidade e edição.
Mas, voltemos para a nossa página, depois de algumas linhas e contornos aqui e ali refizemos a banca de revistas e linhas de fio do poste, dê uma olhada:
Os erros aqui podem ser muitos, mas os piores são quando o editor não reconstrói, mas tapa o buraco da forma como puder. Reconstruir significa refazer como no original, não tapar buraco. Editoras que apenas tapam buraco são a L&PM e a JBC.
Exemplo de tapa buraco da L&PM, obra Aventuras de Menino.
Segunda etapa da reconstrução é pintar e refazer texturas e degradês, basicamente vamos por o recheio! Usa-se várias técnica para cada situação, como a ferramente de degradê e o clone. Às vezes, se era apenas uma cor, simplesmente se pinta daquela cor e pronto.
No nosso caso temos dois degradês, um normal e o outro granulado, o melhor é simplesmente usarmos os pedaços do degradê que não tem texto por cima para refazer. Assim, olha:
Os problemas que acontecem aqui são muitos, desde falta de “recheio” até coisas que fogem do padrão original, degradês mal feitos, texturas que “saltam” aos olhos ao invés de parecer contínuo.
As editoras que tem problemas em reconstrução em trabalhos recentes: Nova Sampa, JBC e Conrad. Ao ponto de beirar o impossível de se achar uma reconstrução dessas empresas que possa ser chamado de “trabalho exemplar”, não é como se elas fizessem muitas também.
Quanto à Panini, são quase todas muito bem feitas e os erros contidos geralmente só são possíveis de ver se se comparado minuciosamente com o original. Quanto à NewPOP, nenhum de seus títulos recentes apresentaram problemas, mas a empresa os cometia alguns anos atrás.
Terminado a reconstrução sua página está “limpa” e pronta para o próximo processo. A partir de agora vamos montar nosso livretinho, para o fazer usamos programas como o Adobe InDesign. Existe todo um processo de paginação, decisão de formato, etc que não vou entrar aqui.
A critério de exemplificação, vou mostrar uma folha fictícia 2-3 com a imagem que fizemos de um lado e a original de outra. Perceba aqui as linhas da folha, as margens e nossa imagem.
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Como pode ver aqui, o formato que escolhemos ficou pequeno de mais e está cortando coisas importantes. Para corrigir isso iremos redimensionar nossa imagem.
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Mesmo redimensionando você pode ver que há um corte que de um lado é puro branco e do outro um pequeno pedaço de fundo. No nosso caso aqui o corte é trivial, mas isso vai depender, e muito, de obra para obra.
Vale a pena comentar que o Japão usa “inch” (polegada) então para adaptarmos para formatos na medida brasileira geralmente ocorre um pequeno corte. Algumas empresas fazem bordas brancas para evitar isso (a Panini fez isso às vezes e a JBC também no passado), outras cortam mesmo por não perder nada de importante, outras exageram e muito.
Exemplo de corte da JBC, obra Rurouni Kenshin #1.
Exemplo de corte da L&PM, obra Aventuras de Menino.
Lembra das margens que estavam em rosa? Num livro normal aquele é o espaço em que se coloca o texto, num mangá podemos usá-la como margem de segurança para garantir que no processo de impressão um erro não venha a cortar as falas.
Suponhamos que a gráfica que contratamos tem essa margem de erro, de todos nossos balões na esquerda, apenas um no topo do canto esquerdo está correndo perigo. Do lado direito temos 3, bem mais. Na hora de colocarmos os texto teremos que dar um jeitinho e ter certeza que não cortará.
Comecemos, então, a colocar as falas. Aqui o profissional atenta às fonts, centralizações, falas e margens usando o original como base. Após todo o processo, ele ainda teve que dar uma descentralizada na fala “É o amor!” por causa da margem de segurança que estipulamos.
Os erros relacionados a este processo são muitos, desde troca de falas, falta de colocação de certas traduções, arranjamento que esconda parte importante do desenho, texto fora de lugar, fala repetida, má centralização, “comida” de borda de balão, erro de hifenização, etc.
De todos eles, os mais comuns são falta de tradução, descentralização e “comida” de borda de balão. Empresas como a L&PM e a antiga Savana são campeãs nisso aqui. Mas, a JBC tem problemas ocasionais de falta de tradução e a Panini volta e meia hifeniza errado a sílaba (tsu).
Exemplo de fala deslocada, “comida” de borda de balão e descentralização da editora L&PM, obra Solanin #1.
Mais exemplos de descentralização e má colocação da editora L&PM, obra Solanin #1.
Perceba que o rapaz que tratou a imagem, o que apagou e refez, o que fez a paginação e o letrista podem não ser a mesma pessoa. É claro que quanto menor a empresa, menos pessoas estarão envolvidas. Mas, quem sabe um dia viramos uma multinacional? =D
Com isso acabamos nossa página, através de diversos processos. E nossa página vai sair assim quando impresso:
Mas, como dito anteriormente, existem variações. Por exemplo, empresas que não reconstroem podem nem tocar no Photoshop. No InDesign você pode fazer os famosos “quadros brancos” da cor que quiser, com a borda que quiser. Pode até mesmo usá-los para apagar falas. Olha aqui a página da direita com quadros brancos:
No Brasil, praticalmente todas as editoras já usaram quadros brancos no passado e, no mundo de comics, gibis e quadrinhos em geral este aqui é o jeito mais comum de se trabalhar os títulos.
Dos lançamentos recentes, ainda usam as editoras Conrad, L&PM e Online. Quadros brancos feitos desta maneira são definitivamente a forma mais porca de se trabalhar um título.
Exemplo de “quadro branco” (na verdade preto de borda branca) da editora Conrad, obra Battle Royale #12. Circulado os fragmentos de kanjis.
Exemplo de “quadro branco” (com borda preta) da editora Online, obra Vidia e o Sumiço da Coroa.
Exemplo de “quadro branco” da editora L&PM, obra Aventuras de Menino.
Além de tudo isso, só ficou faltando comentar que não é incomum que empresas possam “comprar” o mangá já “limpo” (tenha ele sido limpo por japoneses ou outras editoras no mundo). Exemplo de quem já trabalhou dessa forma: L&PM e NewPOP.
Espero que este extenso guia deixe mais claro as questões que envolvem edição e similares em geral. E, muito mais que isso, que tenha ficado claro o quanto cada empresa investe e trabalha em seus títulos. Que tenha ficado óbvio onde as empresas estão “cortando” gastos e compremetendo a qualidade do seu mangá.
Informação e conscientização é a maior arma para o estímulo de mudanças. Ainda sonho no dia que este guia for ultrapassado, uma amarga lembrança de quando as empresas não tinham o menor respeito pela qualidade, pelo original e seus leitores.
Muito boa a matéria. É realmente um trabalho complicado que exige paciência para que o produto final saia com qualidade.
Algo que particularmente tenho curiosidade é sobre o processo de produção de um anime. Lí alguns pequenos textos e parece ser um trabalho bem árduo também, acho que é uma sugestão boa pra uma próxima matéria com relação a esses tópicos, com textos e imagens.
Valeu!
Gostei do guia! Para mim foi uma tortura ler “Solanin” e “Aventuras de menino”, falas não centralizadas, fora dos balões, cada balão com o texto de um tamanho. Edição horrível. Muita gente acha que papel branco é sinônimo de qualidade.
Imagina fazer isso com 200 páginas todo mês?
Nada que qualquer scanlator (ou melhor, um scanlator bom) não faça com melhor qualidade…
Essa matéria ficou muito boa, realmente completa. É um guia pros leitores ou pros “profissionais” do mercado?
Nessa página de exemplo temos a maioria das situações de edição como balão de fala comum, onomatopeia, pedaços com retícula, etc. Às vezes acontece também do balão ser pequeno demais pra tanta fala, então tradutor e editor que se resolvam.
E a conversão de colorida pra p&b também é complicada, até essa página do exemplo (eu sei que é só um exemplo) perdeu algumas sombras após o “tratamento”, então cada mudança é bem sensível.
E depois desses processos ainda têm arte-final, impressão e acabamento, ou seja, mais erros podem surgir. Ou não.
PS: Erro de digitação no parágrafo: Quanto à Panini…de ver se se comparado minusciosamente com o original. Quanto à NewPOP, nenhum…anos atrás.
Isso é um guia pra scanlators?Legal a matéria. Eu pensava que era enviado para as editodas uma versão digital das páginas, sem as falas… Seria bem melhor se fosse assim :/
“Ainda sonho no dia que este guia for ultrapassado, uma amarga lembrança de quando as empresas não tinham o menor respeito pela qualidade, pelo original e seus leitores.”
Se isso acontecer e os preços se manterem aceitáveis, será uma verdadeira vitória para os consumidores dessas editoras..
Muito bom!!!
Já tinha reparado mesmo que algumas páginas vem com alguas coisas be estranhas quando re-adaptados, mas esse “aventuras de Menino” foi de mais :( . Outro que fiquei impressionado foi os quadrados de Battle Royale #12 :( . Será que eles mesmos não percebem que tem algo errado?
Ótima matéria!
Mostrando dessa forma, fica bem mais fácil de os leitores perceberem o motivo de várias de suas reclamações (recorrentes) nos reviews às edições nacionais.
E os problemas com moiré, quais são as verdadeiras causas?
Há algum procedimento especial para que essa praga seja erradicada?
PS: Erros de typo corrigidos. =]
Poxa, esqueci de moiré. Droga…
Minunciosamente foi mesmo um erro. mas o se se não. Leia assim “de se ver se comparado” Um é pronome o outro é conjunção.
Gostei mt da matéria!!! Explica direitinho onde as editoras acertam, erram.
Boa matéria…
Já vi todos os erros citados pela Allena em todas as editoras principais…
Excelente matéria. Seria bacana se todos os editores fossem tão comprometidos assim, e enxergassem tais falhas que às vezes cometem.
Boa matéria!!! Show.
Boa matéria! É ótimo quando aparece algo assim de vez em quando.
Só comento que a JBC sempre come alguma coisa naquele espaço de junção de páginas. E sobre o quadrado branco, concordo que é porco, perto de uma reconstrução, mas tem vezes que a reconstrução é tão cocô que creio que a melhor alternativa seria um quadrado branco, desde que bem feito e que dê a impressão que já estava lá como parte da arte.
No mais, é um ótimo post!
É por isso que eu estou tentando fazer em casa… quando conseguir minha impressora laser e algum lugar pra imprimir a capa dos mangás… aí sim terei obras de qualidade
Isso de deixar quadros brancos (ou pretos) e ficar erros grotescos, era muito comum na Conrad, especialmente em CDZ. Hoje em dia eu não sei porque nunca mais li um mangá editado por eles.
O processo não é tão complicado, mas precisa ter muita paciência, realmente algumas editoras fazem um ótimo trabalho, ainda mais atualmente, porque a algum tempo atrás…
KKK, adorei a matéria, muito elucidativa- parece que pra fazer um trabalho bem-feito não basta só ter photoshop, e sim um “pool” de profissionais, inclusive desenhistas, para refazer o que foi perdido, como o “matinho” no mangá da L&PM (podem me chamar de bairrista, mas achei os erros deles os mais “suaves” de todos-a dica de substituir o travessão por reticências, seu equivalente em português, foi preciosa!). Sempre que penso em alguém refazendo um desenho me lembro da velhinha que tentou reconstruir o Cristo de um importante pintor e virou meme de internet, acho que é por isto que as editoras não se atrevem a fazê-lo, mas é sacanagem pagar caro por mangás que comem pedaços de ilustração original, entre outras coisas…
Muito boa a matéria.
Seria muito legal se houvessem matérias assim, mostrando as atrocidades que as distribuidoras brasileiras comentem em DVDs de anime e tokusatsu(tradução porca, qualidade de vídeo péssimas, etc)
:sad:O que se pode fazer , é apenas esperar que nossas editoras possão aprender com os erros e respeitar o publico(Nós fãs de mangá) melhorando a qualidade de suas edições seja no papel ou naparde de edição !:smile:
[2]
O problema é q eu não reparo nisso… =/
Tipo… Tem net, tem a Allena falando, tem mta gente reclamando e tem os ‘preços’… mas… No fim, sou conformista ao ponto de não ligar pra isso e colecionar mesmo assim…
Cobrar mudanças e melhoras sempre cobro , mas não na questão de edição (pois não vejo mesmo), mas em outras coisas como conjugação de verbos e esquecimento de coisas totalmente ‘fixas’ no título em questão (exemplo: Illumi é homem e nunca se escreveu Irumi no mangá, mas fizeram isso em HxH! ‘Eles’ esqueceram do personagem, escreveram ‘ela’ na maior cara de pau e depois escreveram Irumi!! ¬¬”)…
Mas… Ok… Com matérias como essa não posso falar q não vejo, pois é claro o q a Allena fez, mas digo não ver pelo simples fato q se não fosse alguém ver, eu nem pensaria nisso! xD Já q prefiro acreditar q eles fizeram o q podiam… Claaaaaaaaaro q a Allena tá direto desmentindo essa minha crença ingênua, mas enfim! É meu jeito de ser… Acontece! xD
uma opinião bastante prepotente; scanlator geralmente não tem acesso ao produto original, a scan que vem é em baixa resolução (geralmente de 100 a 150 DPI, a panini digitaliza a 1200 dpi cada página) isso impede que se possa dar muito zoom para editar os detalhes.
outra coisa: numa editora se usa um tipo de caneta e prancha para editar, e desenhar, muito mais preciso que o mouse, que geralmente é o que os scanlators usam.
a unica vantagem fora a falta de permissão dos japoneses, é que o scanlator não trabalha com prazos; então podem editar no ritmo que quiserem/podem.
Editoras podem lançar no ritmo que quiserem igualmente. Se ela prefere ser mensal e fazer tudo na correria é escolha dela.
De tudo citado na materia, os únicos erros que consigo identificar é a falta de centralização do texto e alguns erros de português, de resto tudo passa batido, depois de ler a resenha feita de Rouroni kenshin, eu até desanimei, mas quando peguei minha copia para ler não percebi nada xDD ainda bem, assim eu posso curtir mais tranquilo meus mangás.
Realmente, muito bom o guia, parabéns. Me deu uma pusta nostalgia de quando eu passava horas no photoshop ;~ , engraçado… eu ando pensando muito em voltar a fazer scanlation….
Cya.
é o capitalismo, se colocassem um ritmo mais leve, resultaria em periodicidades maiores, e em mangás que vendem bem isso seria perder dinheiro.
fora a politica de metas interna à qualquer empresa privada (ou pelo menos em grande parte delas)
Hahaha. Pior que é a mais pura verdade. A única coisa que não fazem é traduzir onomatopeias, mas já li alguns materiais que até isso tinham.
Hoje em dia não é muito difícil conseguir as RAWS japonesas em boa qualidade, então, sem ser prepotente, é possível dizer que os scanlators têm acesso ao produto “quase” original.
O uso da caneta pra edição de imagens não implica necessariamente em melhor edição. É mais confortável que utilizar um mouse, mas nem todos conseguem se adaptar a sua utilização. Depende mais da criatividade do responsável pela edição da imagem.
As séries mais populares, como Naruto e Bleach por exemplo, são editadas numa velocidade impressionante (não disse bem editadas) pelos scans, tanto que o capítulo é lançado no Japão e em menos de 24h já está traduzido e diagramado, então não é em qualquer ritmo. Lembrando que tudo é feito “sem remuneração”.
O mangá não está tão ruim quanto a resenha (as 2) disse, achei meio exagerada.
Cara… Eu tive a chance de receber algumas delas. Não dá para comparar o original do autor e um scan de tankoubon, que é inclusive um volume meia-boca em questão de qualidade.
só que muitas vezes o que a editora recebe é o tankohon japones, e ela que se vire para desmontar o tanko e escanear.
é mas o Luccas cometeu a falácia dizendo que “qualquer scanlator consegue fazer melhor”; alguns conseguem fazer muito bem, vários fazem melhor que jbc/conrad etc (aliás penso que as editoras começaram a reconstruir os fundos por causa desse tipo de comparação XD)
mas como disse, peca nas onomatopeias; grande parte deles não sabe como “traduzir um som” para o portugues, e o que era um barulho, vira um verbo XD; mas como o assunto é edição, e não adaptação, então esta reclamação não vem ao caso, diretamente falando.
Pois é…nunca tive um original fisicamente em mãos, mas isso só comprova o quanto é difícil pros scanlators. E os scans de tankoubon realmente não são uma maravilha, dificultam mas não impedem, infelizmente nem todo mangá tem sua versão kanzenban, que são fáceis de conseguir também. Inclusive baixei o do Rurouni Kenshin só pra comentar sobre os cortes (nas minhas contas foram 25, não 60).
Falácia. Hehe. Gostei do termo. Realmente seria um exagero dizer que qualquer scanlator consegue fazer melhor, alguns são bem competentes (mas acho engraçado como as editoras são tão valorizadas). Por exemplo, tem muito “grupo” dedicado somente a determinada série (Naruto, Fairy Tail, One Piece, Bleach e genéricos), os mais populares, que a preocupação maior é lançar o capítulo semanal. Não dá pra cobrar tanta qualidade, é mais pro fã matar a ansiedade, não são bem um scanlator. Ainda mais que os adflys e o tradutor do google incentivam todo mundo a começar a “traduzir” qualquer coisa. Qualquer coisa mesmo.
Sobre onomatopéias, seria até muita folga cobrar isso de um grupo de tradução. Eles não leram a matéria que saiu aqui no site, nos comentários tem até link de dicionários, só uns 3 estão off. E acho (eu acho) que a grande maioria dos leitores (incluso eu) nem liga tanto pra isso, o mais importante é entender a história.
E inclusive o site tá lento pra caramba. Ou seria a minha Internet? Desculpem a minha verborragia.
Sim, realmente o site andou lento esses dias aí.
Mas enfim, lendo por alto o artigo e as coisas de corte. Mais especificamente essa imagem aqui: http://www.jbox.com.br/wp/wp-content/uploads/2013/02/029.jpg me lembra uns cortes grotescos em alguns (não sei se foi em todos, vou procurar nos que tenho aqui) volumes de One Piece da Panini. Creio eu que pareceu erro de margem, porque uma parte da página (o lado oposto) tinha um espaço ENORME em branco
Parabens!!! matéria sensacional!!!
É quase um milagre ouvir sobre erros de edição nos mangás da panini aqui no site, ainda mais de alguém da “redação”. Nesse caso citado pode ser erro de margem ou de corte também.
Antes eu gostava de abrir a revista só quando chegava em casa, mas de uns tempos pra cá eu tô dando uma boa folheada pra evitar comprar um produto defeituoso, ainda mais porque as “revistinhas” estão mais caras a cada dia.
[…] segundo curta é uma indicação do excelente texto da Mad.Allena do site JBOX sobre como funciona o processo de edição de uma página de mangá. O texto […]
Achei o processo bem parecido com os de scanlators. Pensei que rolava mais dos japoneses disponibilizarem arquivos digitais mais… “Profissionais”. Sei lá, a ideia de só trocar os textos e dar um redimensionamento num arquivo do inDesign me parece tentadora.
Bom, pra mim o maior problema de qualidade dos mangás brasileiros ainda é esse papel vagabundo que amarela depois de uma semana na minha estante, mas imagino que uma “boa índole” da parte de quem dá as cartas seria o começo da solução de todos os problemas de qualidade no produto final.