Assisti no último fim de semana ao filme Os Cavaleiros do Zodíaco – Saint Seiya: O Começo, a famigerada versão live action da obra de Masami Kurumada. Sinceramente, eu já esperava que a saga do Seiya de Pégaso em carne-e-osso seria mesmo uma bomba e fui ao cinema, por conta e risco, até por ser fã da série clássica. Moral da história: sim, o filme é pior do que eu esperava.

Aliás, independentemente da opinião de cada um, acho que o espectador, se assim querer, pode ou deve assistir ao filme e tirar suas próprias conclusões. É fato que Hollywood adapta muito mal animês para filmes live actionDragon Ball e Death Note já falam por si mesmos.

Mas o que isso tem a ver com tokusatsu? Muita coisa. Para o cinema, tivemos uma versão meia boca de Godzilla em 1998, depois o nosso Rei dos Monstros teve uma nova (e merecida) chance nas telonas com a saga MonsterVerse, desde 2014. Já Power Rangers, desconsiderando os dois primeiros filmes, teve um filme digno de cinema em 2017 e infelizmente nunca ganhou uma continuação.

Imagem: Ultraman socando um bichão (Bemlar).

Que tal ver uma versão cinematográfica do embate entre Ultraman e Bemlar, hein? Humm… É melhor não… | Foto: Divulgação/Tsuburaya

Mas nem isso seria uma garantia para que alguma franquia original de tokusatsu prospere numa produção americana para cinema ou streaming. O nome mais “ideal” para uma aposta seria de Ultraman, considerando sua grande importância para a cultura pop mundial desde sempre.

É bom lembrar que há 10 anos rolou um boato sobre uma produção hollywoodiana de Ultraman para 2016, com Will Smith no papel principal e diziam que seria um estilo sci-fi a la Guillermo del Toro (de Círculo de Fogo). Confesso que achava interessante e a tal notícia nunca saiu do papel — ou melhor, do boato.

Depois de ver o fiasco de Cavaleiros, vejo que Ultraman não precisaria mesmo de um filme nos States. Sem purismo de fã, mas é melhor assim do que ver Hollywood inventar algo mirabolante e sem sentido algum, como aconteceu na recente versão cinematográfica do animê de maior sucesso da saudosa Manchete.

Imagem: Ultrabadge em 'ULTRAMAN'.

Se a saga de Taro no animê ULTRAMAN fugiu dos rumos do mangá, imagine se algo parecido acontecesse com uma adaptação da série original nas telonas! | Foto: Divulgação/Netflix

E é só ver a rota que o animê ULTRAMAN seguiu, saindo praticamente do rumo do mangá de Eiichi Shimizu e Tomohiro Shimoguchi a partir da segunda temporada. A terceira e última temporada vem aí e dá pra perceber mais descompromisso da versão para com o excelente mangá. Se a moda pegou em Cavaleiros, imagine o estrago que poderia ser com Ultraman!

Por mim, eu desejo que o nosso herói gigante vindo da Nebulosa M-78 jamais tenha o destino de Cavaleiros. Seria interessante para atrair novos fãs? Quem sabe, mas me pergunto se isso seria algo “da moda” ou que pudesse convidá-los a acompanhar essa maravilhosa mitologia. Mas tem certos clássicos que é melhor não querer transformar num filme. Em outras palavras: dar o passo maior do que a perna, não é mesmo?

Por outro lado, Gundam vai ganhar uma versão live action pela Netflix, o que poder ser muito bom ou ruim. Visualmente pode ser legal ver o robô gigante “real” na tela, mas o roteiro pode deixar a desejar. Não dá pra ter expectativa alta com resultados tão negativos nos últimos tempos.


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