Saudações inca-venusianas! (Awika!) Estamos na contagem regressiva para conhecermos o primeiro Kamen Rider da era Reiwa. Tem novo evento de tokusatsu chegando por aqui e em parceria com o Japão. E vamos relembrar outro grande clássico exibido pela saudosa Manchete. Tudo isso e muito mais a partir de agora na Coluna do Daileon.


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A Toei fará o anúncio oficial do novo Kamen Rider durante uma conferência de imprensa marcada para 17 de julho. No Twitter, uma apresentadora com orelhas robóticas e uma porta USB aparece na divulgação. O vídeo afirma o seguinte:

No dia 17 de julho, uma conferência de imprensa sobre a nova série Kamen Rider será realizada ao meio-dia (horário de Tóquio). Como esta será a primeira série Kamen Rider na Era Reiwa, a conferência contará com uma passagem de bastão entre a nova era e a 20ª edição da Era Heisei.

Tudo o que sabemos até agora é o recente registro feito pela Toei para a nova série, que deverá se chamar Kamen Rider Zero-One.


Revelado!

Antes da conferência de imprensa, o visual de Kamen Rider Zero-One finalmente foi revelado na manhã desta quinta (11). Sua forma principal é baseada num inseto e as cores predominantes são amarelo e preto. Segundo informações, Zero-One irá se transformar através do dispositivo Progrize Keys e ativar armas e novas formas.

Dois Riders também são mencionados: Kamen Rider Vulcan e Kamen Rider Valkyrie.

Veja as imagens:


Semanas contadas

Ultraman Taiga terá apenas 24 episódios. A série estreou na sexta-feira passada.


Zero à esquerda

Como já era de se esperar, Ultraman Taiga ficou de fora dos lançamentos da Crunchyroll. A parceria entre o serviço de streaming e a Tsuburaya não foi renovada desde o ano passado.

É bom levarmos em consideração que outras séries Ultra saíram do catálogo em outubro de 2018.

E o pior disso tudo é que o canal da Tsuburaya no YouTube não liberou o primeiro episódio de Taiga para o Brasil. Lamentável. :/


Evento nipo-brasileiro

Yuki Takasaka, apresentador do programa japonês Ito, mahoroba, anunciou que estará de volta a São Paulo, em outubro, para a inauguração do evento Alma Tokusatsu, realizado em parceria com entre o Japão e o Brasil. Mais informações em breve.

Takasaka esteve no Brasil em 2018 nos eventos Anime Friends e Ressaca Friends.

Acesse aqui o site oficial do evento.


Biblioteca Ultra

No Dia do Ultraman, celebrado na última quarta (10), as distribuidoras americanas Mill Creek Entertainment e Indigo Entertainment anunciaram a licença da biblioteca completa da Tsuburaya para distribuição na América do Norte. Inicialmente, a Mill Creek começou a pré-venda das duas primeiras séries Ultra Q e Ultraman em Blu-ray e em coleção Steelbook. O lançamento será em 15 de outubro e custará $39.98 e $49.98, respectivamente. As séries também serão distribuídas para o site da Mill Creek. Todos os lançamentos terão qualidade em alta definição com DTS-HD Master Audio da trilha sonora original e legendas em inglês.


Let’s Party

A Toei divulgou neste domingo (7) uma pequena prévia do clipe P.A.R.T.Y. ~Universal Festival~, tema principal de Kamen Rider Zi-O The Movie: Over Quartzer. A música é interpretada pela banda pop Da Pump.

O filme estreia no Japão no dia 26.


Resumo

https://www.youtube.com/watch?v=-nSDHoHbz0U

A Bandai apresenta em seu canal oficial um “special movie” de Ryusoulger. Na verdade é um resumo das primeiras cenas de ação do príncipe dos mares Ryusoul Gold e seu Kishiryu Neptune.


Novo anime

Vem aí um novo anime baseado nas séries Ultra. Tendo o público infantil como alvo, Kaiju Step Wandabada vai retratar os kaijus de Ultraman como crianças. A nova série é baseada no livro Kaiju Step (falamos sobre ele na Coluna do Daileon#7), que segue a mesma linha. O anime se passa na Nebulosa K10 Chuochoi, localizada no centro do universo.

Destaque para o dublador Tomokazu Seki (Glen Fire do filme Ultraman Zero: A Vingança de Belial) como Red.

Kaiju Step Wandabada estreia em 27 de setembro na NHK e terá 26 episódios de aproximadamente 5 minutos cada.


Aqua

Kamen Rider Aqua aparece no episódio 44 de Zi-O.

Kamen Rider Aqua está de volta e e o segredo de Swartz é revelado em Kamen Rider Zi-O. Scans de um guia de TV revelam os passos dos próximos dois episódios.

No episódio 43 (14 de julho): Tsukuyomi é capturada pelos inimigos e Swartz diz que é seu irmão mais velho. Ora e Heure tomam medidas contra Swartz, que planeja tomar o lugar de Zi-O. Ironicamente, suas vidas são salvas por Sougo e cia.

No episódio 44 (21 de julho): Um visitante de um futuro desconhecido aparece entes de Sougo e os outros. Geiz e Tsukuyomi cruzam o tempo e a permanência deles no presente parece causar perigo para o futuro e os visitantes pretendem levá-los de volta para o futuro.

Kamen Rider Aqua é um personagem que apareceu pela primeira vez em 2011 no filme Kamen Rider × Kamen Rider Fourze & OOO: Movie Taisen Mega Max. Seu retorno será no episódio 44.


Exibição americana

Daibutsu Kaikoku (“A Chegada do Grande Buda”), Shinkaiju Reigo (Reigo: The Deep Sea Monsters vs. The Battleship Yamato, 2005), Shinkaiju Raiga (Raiga: The Monster From The Deep Sea, 2009) e Sairi no Kuni (Howl from Beyond the Fog, 2017) serão exibidos de 12 a 14 de julho no G-Fest, que acontece nos EUA.


Tokusatsu é para todos!

É incrível como em todo fandom há pelo menos um desocupado que cria suas regrinhas estúpidas na internet. E infelizmente o caso não é apenas no Brasil. Um japonês fez um post no Twitter afirmando que se uma garota assiste Kamen Rider e Super Sentai, ela deve ser “intimidada pelos garotos” para que ela “se sinta tola”. Uma idiotice sem cabimento, como se tokusatsu fosse um entretenimento exclusivamente masculino.

O caso gerou polêmica entre os fãs japoneses. Alguns chegaram a concordar com o dito cujo e endossaram a prática de bullying e a misoginia, enquanto outros o pressionavam ainda mais, questionando se ele acredita que apenas adultos é quem deveriam assistir Kamen Rider e Super Sentai (sendo que o público-alvo são as crianças). Usuárias do Twitter lembraram que sofreram assédio moral na infância – e também suas próprias filhas – por admitirem que gostam das duas franquias.

O tal tuíte se tornou popular. No mesmo dia, a conta oficial da revista TeleMaga (ed. Kodansha) afirmou: “Um herói é para todos, pois eles lutam para proteger e salvar a todos. Não há qualificação para apoiá-los“. O post obteve mais de 30 mil likes e mais de 19 mil comentários (até o fechamento desta edição).

As atrizes Satomi Hirose (Ninja White em Kakuranger) e Asami Kai (Magi Blue em Magiranger) comentaram a importância das mulheres no tokusatsu e suas inspirações para o público feminino.

Nota do colunista: Veja que a questão não é uma mera inclusão, mas o exemplo serve para provar (mais uma vez) que tokusatsu pode sim ser visto sim por homens, mulheres, crianças, jovens, adultos e idosos. Não importa. Esse bom entretenimento é para todos. É lamentável que, em pleno século XXI, tem gente que se diz “fã” e que não absorveu nenhuma boa lição dos nossos heróis.

Aos 13 anos de idade, Satomi Hirose interpretou Tsuruhime, a líder do Esquadrão Ninja Kakuranger


Jakkan!!

Winspector completa 25 anos de estreia no Brasil | Divulgação

Tentando resgatar a força do gênero tokusatsu no Brasil, a distribuidora Tikara Filmes apostava no lançamento de dois novos títulos para o longínquo ano de 1994. Em 4 de julho de então, a extinta Rede Manchete estreava Patrine, que era a grande aposta do sr. Toshihiko Egashira. Grande sucesso no Japão, acabou se tornando um fiasco no lado de cá. Na ocasião, a Manchete ainda exibia reprises de Cybercop e de Kamen Rider Black.

Esse último (rebatizado com o pavoroso nome de “Blackman“) se despediu da programação da emissora carioca em 15 de julho de 1994. Era uma sexta-feira e o horário regular do nosso querido homem-mutante era de segunda à sexta às 16h30. Já a saga dos policiais do futuro era exibida das 18h50 às 19h50 até então.

Em 18 de julho de 1994, um dia depois da seleção brasileira conquistar o tetracampeonato na eletrizante final da Copa do Mundo nos EUA, a Manchete lançou mais uma série tokusatsu e que dessa vez seria um acerto da Tikara para começar bem a então nova safra de heróis japoneses que estava por vir.

Esquadrão Especial Winspector (Tokkei Winspector) estreou na faixa local das 19h. Mais tarde, em meados de agosto, foi exibido às 16h30. Logo após Cybercop (15h30) e Patrine (16h).

 

Na virada do século

A primeira equipe do Chefe Shunsuke Masaki (ao centro) | Divulação

Tudo começa quando o policial Shunsuke Masaki decide criar uma divisão especial da polícia com a especialização em resgate. A finalidade é combater a criminalidade em Tóquio e salvar vítimas desses ataques. Masaki inicia o projeto após a morte de seu parceiro de polícia, Masanobu Koyama, que sonhava com essa modalidade.

Dez anos depois, mais precisamente em 1999, o Esquadrão Especial Winspector entra em ação para proteger a paz na capital japonesa. Masaki agora é o comissário-sênior do Departamento de Polícia Metropolitana. Para as missões de campo, Masaki conta com o apoio do comandante Liuma Ogawa (Ryouma Kagawa). Um jovem de apenas 23 anos que possui grande inteligência, domina cinco idiomas, foi atleta olímpico e entende de ciência de alta tecnologia.

Ao ativar o usar a palavra-chave Jakkan (Chakka — algo como “forma de vestimenta”) em seu carro, Liuma assume o codinome Fire ao vestir a armadura Classtector (termo suprimido na dublagem), que aumenta em 30 vezes as capacidades físicas do alter-ego. Porém, o tempo limite do Classtector é de apenas 5 minutos, causando um enorme cansaço, caso esse tempo seja ultrapassado. Com isso, Liuma treina arduamente para expandir o limite de tempo. Ele tem uma irmã mais nova, Yoko, que cuida de uma floricultura do interior que foi atacada anos antes por um atentado.

O Esquadrão Winspector também é formado pela policial feminina Junko Fujino, o mecânico Shinichi Nonoyama, o supercomputador Madocks e a carismática dupla de robôs Biker (Bikel) e Highter (Walter). Mais tarde entra o mini-robô Demitasse, que atua em pequenos casos. A equipe também conta como braço direito a policial Hissae (Hisako) Koyama, a filha do falecido inspetor Koyama, que cuida de uma cafeteria ao lado do travesso irmão caçula Minoru (Ryota). O policial Toraguro Rokkaku, da divisão local, aparece em alguns episódios – servindo de alívio cômico na trama.

Da esq. para dir.: Highter, Fire e Biker com suas poderosas armas | Divulgação

Para combater os bandidos, Winspector conta com sofisticados veículos e equipamentos. A arma individual de Fire é a espada de energia Max Calibre (Max Calibur), a de Biker é a Super Lança (Bi Spear) e a de Highter é o Super Voador (Dislider). Os três possuem o equipamento Multi Pack (acionada em casos de incêndio), a pistola laser Daytric M2, as Unidades Âncora e Rotor, além da algema especial Hand Wapper. Liuma carrega o distintivo Win Badge e como Fire carrega o distintivo Fire Badge.

Os principais criminosos que aparecem em Winspector são o Professor Onikichi Kuroda, que desenvolveu o Androide R24. Ambos aparecem no primeiro e no último episódio. Goro Karasawa, o bandido que matou o policial Koyama no passado. Shinigame Moss, o criminoso internacional que deseja capturar sementes especiais. E Murata, um ser terrível que tem a capacidade de se auto clonar.

Num arco de dois episódios, Liuma sofre um acidente quando o Super Carro Patrulha (Win Squad) é destruído por capangas do terrorista Moss. O herói escapa da morte e ganha um novo carro idêntico ao antigo (uma versão branca do Chevrolet Camaro). A diferença é que o novo veículo é mais resistente à explosões e se converte para o super-carro vermelho Win Squad (Fire Squad), através do SP Card. Nesse mesmo período, Biker ganha a moto Win Chaser.

O violento Robô Brian antagonizou um dos episódios mais importantes da série policial | Reprodução

Outro arco importante em Winspector (o mais emocionante de toda a série) é quando surge Brian, um robô policial que atua em Nova Iorque, foi controlado pelo maníaco Yuuichi Hirosaki. Seu alvo, na verdade, era matar todos os motoqueiros do Japão, para vingar a morte de sua filha. Fire, Biker e Highter enfrentam Brian (visual reaproveitado do vilão MacGaren de Jaspion), mas as tentativas são inúteis. A única esperança é a utilização da nova arma Giga Stream (Giga Streamer), que ainda não havia sido testada. Ao combinar a Giga Stream com a Max Calibre, Fire ativa o Maxim Mode e consegue desferir um poderoso tiro que derruba Brian.

Provavelmente esse é o episódio de mais inesquecível de Winspector, principalmente para os fãs brasileiros. Embora esse colunista considere que o episódio seguinte foi o melhor, devido aos plano audacioso de Hirosaki em tentar destruir Madocks e invadir as operações da delegacia. Um dos momentos mais frenéticos e violentos da trama.

Cenas do arco que introduziu o possante canhão Giga Stream.

Winspector veio num momento certo, onde a onda de saturação de reprises de séries tokusatsu estava moderada. As histórias eram diferentes de tudo que tínhamos visto antes. Os vilões eram criminosos e o espaço era dividido para tramas sobrenaturais e de ficção científica. Foi uma das mais importantes a passar no Brasil e que mudou o estilo dos heróis metálicos num momento propício. Datada para os dias atuais, Winspector ainda é uma série tokusatsu que ainda consegue cativar o nicho.

Esse clássico completa 30 anos em 2020 e tudo indica que poderemos ver Fire em ação mais uma vez ao lado da nova geração de heróis da Toei.

Um novo padrão

Fire se prepara para usar a Giga Stream Maxim Mode | Reprodução

Produzida pela Toei Company, Winspector é a nona série da franquia Metal Hero. Foi exibida nas manhãs de domingo da TV Asahi entre 4 de fevereiro de 1990 e 13 de janeiro de 1991, sempre às 8h. A faixa foi a mesma ocupada mais tarde pelos Heisei Kamen Riders (que hoje ocupa a faixa das 9h da manhã na mesma emissora). O roteiro ficou a cargo da equipe de roteiristas da Toei Company que atende pelo pseudônimo Saburo Hatte. Entre eles estava Noboru Sugimura (de Kamen Rider ZO). Keita Amemiya (criador das séries Garo) era o designer dos personagens e Ryu Noguchi (in memoriam; designer de personagens de Jaspion) era o diretor de arte.

Após a saída do produtor Susumu Yoshikawa (o idealizador das primeiras séries Metal Hero) durante a exibição original de Jiban, o cargo foi ocupado por Nagafumi Hori. Ele já havia trabalhado como diretor em Changeman e Flashman e mais tarde se tornou produtor a partir de 1987 em Kamen Rider Black. Com isso, o padrão de histórias sofreu reformulação, onde não havia mais um inimigo fixo e nem monstros. Os inimigos, então, eram criminosos que se aproveitavam do avanço tecnológico para fazer o mal. Seguindo a linha dos tradicionais seriados policiais, os heróis tinham que prender os bandidos ao invés de matá-los.

A mudança de enredo foi motivada também pela rejeição da subcultura otaku por grande parte dos japoneses, devido ao caso de assassinos em série das cidades de Tóquio e Saitama, onde um criminoso havia sido noticiado de maneira sensacionalista por possuir fitas de animes, filmes de terror e até de pornografia. Esse triste fato fez com que a opinião pública acreditasse em alguma influência negativa para esse tipo de crime.

Em entrevista para a revista Uchuusen, Tsuyoshi Nonaka, projetista de brinquedos da Bandai, comentou que várias cartas eram enviadas a jornais que elevavam ainda mais a polêmica. Por isso a mudança de imagem onde a mensagem transmitida era salvar as pessoas e que “apenas derrotar o mal não é justiça“. Nonaka foi responsável pelas linhas dos Metal Heroes, desde Jiban até B-Fighter.

Winspector teve episódios mais carreados para o público infanto-juvenil, já que tratava sobre terrorismo, tráfico de drogas, entre outros crimes (apesar de algum ou outro episódio ser meio bobo). Para o produtor Hori, criar uma série de heróis que seguisse essa linha era uma tarefa árdua que exigia constante revisão de roteiros e ainda gerava divergências com os escritores. Winspector foi a terceira série Metal Hero de maior audiência, registrando média de 12.8% no Japão e perdendo apenas para Gavan (14.9%) e Sharivan (13.0%). O sucesso rendeu a origem da trilogia Rescue Police, que integrou à franquia Metal Hero por três anos. As sequências eram Solbrain (de 1991), exibido também na Manchete e Exceedraft (de 1992), que é inédito por aqui.

Os grandes destaque de Winspector são Masaru Yamashita e o veterano Hiroshi Miyauchi. Ambos reprisaram os papeis de Liuma/Fire e Chefe Masaki, respectivamente, em Solbrain.

O astro principal Masaru Yamashita | Divulgação

Yamashita pode ser visto no filme Kamen Rider ZO, de 1993. Vestia o traje de Kamen Rider Black RX em apresentações de palco e mais tarde foi escalado para interpretar Liuma, bem como encarar as cenas de ação, dispensando dublê na maior parte de Winspector. Curiosamente, as primeiras publicações da série mostravam Liuma com terno e gravata, mas a ideia foi abandonada (já que esse era o estilo de Naoto Tamura em Jiban). Em agosto de 2008, Yamashita conta em entrevista para a revista Dengeki HOBBY que a conhecida jaqueta de couro de Liuma foi comprada em Harajuku. As filmagens começaram após essa definição. Yamashita está afastado do meio artístico. Mas recentemente apareceu numa publicação ao lado do diretor Koichi Sakamoto. Indicando a possibilidade do ator reprisar o papel de Liuma/Fire numa sequência da série de filmes Space Squad, que reúne heróis das franquias Metal Hero e Super Sentai.

Já Miyauchi é um veterano do gênero tokusatsu desde 1973, quando estrelou como o herói-título Kamen Rider V3. Dentre várias participações, destacamos: Ao Ranger em Gorenger (1975), Big One em JAKQ (1977), Ken Hayakawa em Zubat (1977), Chefe Miura em Ohranger (1995), além de uma participação especial no drama Tokusatsu Gagaga (2019). No Brasil, Miyauchi pôde ser visto também nos episódios 30 e 31 de Gavan como o Policial do Espaço Alan.

Com uma trama bem diferenciada para os padrões, Winspector contou com ilustres participações especiais de atores de tokusatsu. São eles: Susumu Kurobe (Hayata em Ultraman), Daigaku Sekine (Zampa em Jaspion), Goro Mutsumi (Führer em Cybercop), Jouji Nakata (Kaura em Flashman), Masanari Nihei (Ide em Ultraman), Daisuke Ban (Jiro em Kikaider), Toshimichi Takahashi (Ikki em Jaspion), Mayumi Yoshida (Lu/Pink Flash em Flashman), Takumi Tsutsui (Toha Yamashi em Jiraiya), Maho Murayama (Princesa Garonia em Black RX e Maria em Jetman), Yoshinori Okamoto (Buba em Changeman e Galdan em Flashman), Atsuko Takahata (Kilza em Jaspion e Maribaron em Black RX), Miyuki Nagato (Urk em Flashman), Touta Tarumi (Jin/Red Flash em Flashman), Yutaka Hirose (Wandar em Flashman), Rikiya Koyama (Joe Kazumi em Black RX), Eiichi Kikuchi (Gasami 1 em Jaspion), Makoto Sumikawa (Lady Diana em Spielvan e Reiko Shiratori em Black RX) e Jun Tatara (Gosuke Fuji em Gavan e Barza em Zyuranger).

A trilha sonora de Winspector foi produzida pelo lendário compositor Seiji Yokoyama (1935~2017), o mesmo do anime Os Cavaleiros do Zodíaco. Yokoyama também compôs as BGMs de Metalder (de 1987), que foram muito bem reaproveitadas nesta série. Porém, ele também tratou de criar BGMs próprias para Winspector (e não foram poucas, não).

O cantor principal da série é Takayuki Miyauchi, que já esteve no Brasil em eventos como Anime Friends e Sana. Miyauchi é conhecido pelos fãs de tokusatsu pelas trilhas sonoras de Bioman, Flashman, Kamen Rider Black RX, Solbrain, Exceedraft, entre outros. Ichiro Mizuki também canta algumas canções como o tema da arma Gigastream. Ele é o mesmo intérprete de temas de Spielvan, Metalder, Kamen Rider Black RX, Kamen Rider X, entre tantos outros. Masaru Yamashita (o próprio Fire) cantou a contemplativa canção Kimi Ga Shiawase NaraCuriosamente, Masaru Yamashita e Takayuki Miyauchi são grandes amigos e até hoje mantém contato.

No Brasil

Ilustração oficial da trilogia Rescue Police | Divulgação

A versão brasileira foi realizada pela extinta Windstar, propriedade do saudoso Emerson Camargo, o dublador oficial de National Kid. Anteriormente, o estúdio de dublagem havia trabalhado na primeira redublagem de National Kid e em Patrine. Destaque para os dubladores Marcelo Campos (Mu de Áries em Cavaleiros) como Liuma/Fire, Hermes Baroli (Seiya de Pégaso em Cavaleiros) como Biker, Affonso Amajones (Solbraver em Solbrain) como Highter, Daoiz Cabezudo (in memoriam; Sorento de Sirene em Cavaleiros) como Chefe Masaki, Marta Volpiani (Dona Florinda em Chaves) como Hissae, Emerson Camargo (in memoriam, National Kid) como Madocks e Letícia Quinto (Saori/Athena em Cavaleiros) como Yuko.

Curiosamente, as primeiras exibições de Winspector na Manchete tiveram alguns problemas com episódios fora de ordem,que logo foram devidamente alinhados. Em alguns episódios, o tema de encerramento Kyo no Ore kara Ashita no Kimi e era tocado estranhamente durante a abertura, o que acabou confundindo os espectadores. Após várias reprises, o último episódio de Winspector finalmente foi exibido em meados do primeiro semestre de 1995. Sua última exibição na saudosa emissora foi às 9h30 da manhã do dia 26 de dezembro de 1997.

Comercial dos brinquedos de Winspector pela extinta Glasslite

Com boa margem no Brasil, a Tikara conseguiu planejar a linha de brinquedos com uma velha parceira. “A Glasslite trabalhou diretamente com o pessoal da Bandai. Alguns moldes foram negociados. Por isso tinha os brinquedos originais“, explica o ex-licenciador Toshihiko Egashira em entrevista para o JBox TV. A série também contou com serviço de telefonia 0900 onde podia serem ouvidas histórias curtas com as vozes dos dubladores. “Os primeiros roteiros apenas apresentavam os personagens. Depois, pequenas aventuras eram narradas“, comenta o mestre Alexandre Nagado, que escreveu os primeiros textos para o serviço. Além disso, a empresa Intermovies lançou todos os 49 episódios em 25 volumes de VHS, disponíveis na época para venda e aluguel.

O sucesso de Cavaleiros (lançado em setembro de 94) impulsionou a popularidade de Winspector e motivou a Tikara a trazer Solbrain para contar a saga da nova equipe de Masaki. Mas esse assunto fica para o futuro próximo…

Fire ao lado de Solbraver, o líder da Super Equipe de Resgate Solbrain | Reprodução

Nota do colunista: Nagafumi Hori é natural da província de Kagawa. Nome que leva o sobrenome original do alter-ego de Fire.

*Colaborou nesta edição: Matheus Mossmann (do blog Dynablack Asylum).