O último episódio de Death Note foi um grande prolongador de acontecimentos. O final da série manteve certa fidelidade ao término do mangá, mesmo que, claro, tenha inserido suas mudanças no desfecho definitivo. Acompanhamos um jogo de reviravoltas envolvendo a mente de Kira contra a de Near/Mello. Tudo isso com uma bela participação de um certo detetive de codinome L.

A primeira metade do episódio é cheio de pistas aqui e ali sobre o que acontecerá em seguida, porém a atenção foca no enterro do pai de Light e na operação para capturar e prender Mello, que está foragido depois de ter aparentemente fugido com o Death Note após sequestrar Sayu.

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Light aqui já está totalmente exposto. Mello já descobriu seus planos e afirma com convicção que o rapaz é Kira, segredo que nem é mais oculto pelo assassino. O alter-ego de Near acaba sendo importantíssimo para o que aconteceria a seguir no episódio e daria desfecho à série.

Depois de uma revelação que pode ser considerada surpreendente, Near encara Light frente a frente, mostrando que já conhece todos os seus planos e como aconteceu. Na espreita, Mikami descobre o nome de Near e tenta assassiná-lo, porém descobre que o caderno que está em suas mãos é falso. Essa parte é bem legal, pois parece que a pequena detetive cometeu um erro, porém é mostrado que Watari foi uma peça essencial para a reviravolta do momento.

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Além de Near e Watari, é revelado que Light é enganado também pelos membros do grupo de investigação. Todos estavam em plano com Near em prol da revelação da identidade de Kira. O assassino foi enganado como nunca imaginou que seria e acaba tendo que revelar que é o possuidor do caderno da morte. A partir daí, inicia uma longa cena de quase um monólogo de Light falando sobre a importância de Kira para o mundo. Ele seria a verdadeira cura para o mal, por mais que todos que ali estavam não quisessem enxergar isso.

Por fim, é importante falar sobre a participação e arquitetação direta de L para a exposição de Kira. É revelado que, mesmo a após a morte, o detetive esteve estritamente ligado a toda execução do plano. Na obra original, ouvia-se muitas reclamações sobre a participação de Lawliet ter se perdido após sua morte e tudo o que ele descobriu ter ficado nas mãos de Near e Mello, porém aqui a ação foi conjunta no fim e até em outros trechos da série, fazendo com o que desfecho de Kira tenha tido participação direta de todos os membros do grupo de investigação.

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Conclusão

Como um todo, a série foi bem consistente. Apesar de algumas coisas terem ocorrido de forma acelerada, a divisão episódica foi muito bem colocada. É importante também falar da participação diferenciada de outros personagens, como Misa, Mikami, Near, Watari e até mesmo L. A utilização de cadernos foi muito bem colocada. O legado de L foi passado de maneira mais convincente e, claro, Watari ter sobrevivido foi outro ponto essencial para tudo o que se seguiu.

Apesar de ter a história mais encaixada, a série não conseguiu passar a tensão original do jogo de mentes entre Light, L e Near de forma tão grandiosa quanto no mangá ou até mesmo na adaptação animada. A disputa intelectual é claramente o que faz Death Note ser o que é e isso acabou ficando mais fraco dentro do dorama. Nesse quesito, posso elogiar o desenvolvimento da mente calculista de Light. O rapaz não aparentava a inteligência que mostrou no início, porém esta foi desenvolvendo-se conforme o necessário juntamente de sua paranoia pela criação de um novo mundo.

Um final dramático. Essa nova releitura de Death Note abriu possibilidades para que os acontecimentos tivessem rumos diferentes, mesmo que o desfecho tenha sido o mesmo. O fim de Kira foi bem mais dramático, apesar de não tão simbólico quanto no original. A obsessão pelo caderno o perseguiu até o fim e deve continuar assim dentro de sua existência no vazio que ele escolheu.

Nota: 4,5/5

Nota final: 4/5

Death Note pode ser visto completo no Crunchyroll

Confira o review dos demais episódios: