Os mangás representam uma importante parcela da indústria do entretenimento, não só no Japão como em todo o mundo. Os números são bastante expressivos e dão conta de um universo se expandindo ano a ano com o surgimento de novas franquias e produtos.
As décadas de 2000 e 2010 foram decisivas para a consolidação de um fenômeno que se tornava cada vez mais internacional. O processo que se intensificou nelas, com a popularização dos meios de acesso oficiais (editoras, streamings, games etc.), viria a culminar num biênio de quebra de recordes relacionados a essa indústria em constante crescimento.
Pensando nisso, separamos algumas marcas relevantes de títulos que entraram para a história. Segue a lista!
Maior número de cópias em circulação
One Piece, de Eiichiro Oda | 490 milhões de cópias
Período analisado: de 1997 (início da publicação) a julho de 2021 (último levantamento)
O maior sucesso da história do maior periódico japonês. One Piece é o mangá com o maior número de cópias em circulação pelo mundo, com cerca de 490 milhões de exemplares circulando, segundo os números oficiais da Shueisha divulgados em julho deste ano. Desse número, segundo a editora, 400 milhões estão apenas no Japão, enquanto os outros 90 milhões se referem à distribuição internacional.
A expressão “cópias em circulação” se refere ao número de cópias (impressas e digitais) distribuídas pelo mundo, ignorando eventuais exemplares que não chegam ao consumidor final (por isso utiliza-se “cópias em circulação” e não “cópias vendidas“).
E a obra de Eiichiro Oda é dona de outro marco importante. Após ultrapassar o Batman (aproximadamente 480 milhões de cópias), em julho desse ano, a série tornou-se a segunda franquia mais vendida dos quadrinhos, atrás apenas de Superman, que ainda lidera com larga vantagem – cerca de 600 milhões. Vale ressaltar que o grande carro-chefe da DC é publicado nos Estados Unidos desde 1938, ou seja, tem 59 anos a mais na praça.
Em setembro, o 100º volume de One Piece será lançado no Japão, e certamente, pelo número histórico, deverá ter uma grande procura.
Na história, acompanhamos as aventuras do pirata Monkey D. Luffy e de sua tripulação, os Chapéus de Palha, que navegam o mundo à procura do “One Piece”, o tesouro perdido do antigo Rei dos Piratas, Gol D. Roger, enquanto enfrentam diversos piratas e o Governo Mundial.
Mais exemplares vendidos em 1 ano
Demon Slayer – Kimetsu no Yaiba, de Koyoharu Gotouge | 82,3 milhões de cópias
Período: 2020
Uma das grandes sensações do momento, a saga de Tanjiro e Nezuko é dona de um número realmente assustador. Apenas em 2020, Demon Slayer conseguiu a façanha de vender surreais 82,3 milhões de exemplares, de acordo com a Oricon. O número é tão espantoso que o dono do recorde, até então, era One Piece e suas quase 38 milhões de cópias vendidas em 2011 – ou seja, o mangá de Koyoharu Gotouge obteve mais que o dobro.
Para quem não sabe, Oricon é uma holding fundada em 1999 (derivada da Original Confidence Inc., de 1967) cujo trabalho é fornecer estatísticas sobre a indústria do entretenimento do Japão (como as indústrias livreira, musical e de jogos). É a partir da contabilização dessa holding que é realizado, semanalmente, desde 2008, o famoso Ranking Oricon, com uma lista dos 100 volumes mais vendidos entre todos os mangás publicados.
Para ser ter uma ideia, em 2020 o 2º título mais vendido foi o seinen Kingdom, de Yasuhisa Hara, que naquele ano vendeu cerca de 8,2 milhões de exemplares (1/10, isso mesmo, 1/10 do que fez Demon Slayer). One Piece, no mesmo período, vendeu pouco mais de 7 milhões.
Um ano antes, a série de Gotouge já pode ter quebrado a hegemonia que a obra de Eiichiro Oda ostentava por 10 anos: segundo a Oricon, em 2019, Kimetsu fez pouco mais de 12 milhões de cópias, superando as 10 milhões vendidas pelo mangá dos piratas, e deu fim à sequência que perdurava desde 2008. Mas a Shueisha, naquele ano, ainda colocou One Piece na frente, divergindo do levantamento independente feito pela empresa.
A evolução das vendas da série mostram o impacto tremendo da adaptação animada do Ufotable. Em abril de 2019, mês da estreia do animê e três anos depois do início do mangá na Shonen Jump, o mangá tinha 3,5 milhões de cópias circulando. Já em outubro, o número saltou para 12 milhões. De dezembro de 2019 a dezembro de 2020 acontece o grande boom: a série vai de 25 milhões para 120 milhões de cópias.
Em fevereiro de 2021, por fim, Kimetsu atinge as 150 milhões de cópias – 2 meses após a conclusão da história, no volume 23.
Shoujo mais vendido de todos os tempos
Boys Over Flowers – Hana Yori Dango, de Yoko Kamio | 64 milhões de cópias
Publicado entre 1992 e 2003, Boys Over Flowers (Hana Yori Dango) é o mangá shoujo mais vendido do Japão, com cerca de 64 milhões de cópias. A obra de Yoko Kamio é completa em 37 volumes, publicados pela editora Shueisha, além de ter uma continuação de 15 volumes entitulada Hana Nochi Hare: Hanadan Next Season.
O sucesso tremendo na Ásia teve a ajuda de diversas adaptações para outras mídias, como o filme live-action de 1995, o animê de 1996 e os doramas japoneses, exibidos na TV japonesa a partir de 2005. A obra também inspirou diversas séries produzidas por outros países, como Taiwan e China. Em 2009, ganhou uma premiada série sul-coreana, disponível para o Brasil através do serviço Viki com o título Garotos em Vez de Flores.
A história acompanha a jovem Tsukushi Makino, de 16 anos – uma garota brilhante de classe média que é aceita numa escola reservada para a elite, a Academia Eitoku. Quando chega à escola, Makino acaba sendo importunada pelo “F4”, os quatro rapazes que “ditam as regras” no colégio.
Além da série sul-coreana, a animação de 51 episódios da Toei Animation também está disponível por aqui pela Crunchyroll (apenas na versão legendada).
Volume mais vendido dentro de 1 semana
Demon Slayer – Kimetsu no Yaiba #23 | 2,855,169 cópias
Período: de 30 de novembro a 6 de dezembro de 2020* (o volume foi lançado em 4 de dezembro)
E Demon Slayer segue sendo a pedra no sapato de One Piece. Como se não bastasse as quebras de recorde mencionadas acima, o mangá de Koyoharu Gotouge ainda desbancou a obra da vida de Eiichiro Oda quanto ao número de cópias vendidas de 1 volume no período de 1 semana.
Aconteceu entre os dias 30 de novembro e 6 de dezembro de 2020. A chamada “semana da estreia” do 23° e último volume de Kimetsu registrou incríveis 2.855.169 exemplares vendidos, batendo com uma boa folga os 2.275.453 registrados por One Piece #66 entre 30 de abril e 6 de maio de 2012.
O último trimestre de 2020 foi tão absurdo para a obra que, na semana anterior ao lançamento do último volume, o mangá havia colocado os seus 22 volumes publicados até então nas 22 primeiras colocações do Ranking da Oricon – feito que se repetiu algumas vezes no ano de 2020.
Mangá com maior número de volumes
Golgo 13, de Takao Saito | 201 volumes
Golgo 13 é seriado até hoje na Big Comic, da Shogakukan, desde 1968. No mês passado, o mangá de Takao Saito quebrou o recorde do já finalizado Kochikame, de Osamu Akimoto, ao atingir a marca de 201 volumes publicados e se tornar o quadrinho com mais volumes publicados. A marca entrou para o Guinness Book.
Em 2020, o título foi paralisado pela primeira vez desde o início da publicação, devido à pandemia, retornando algumas semanas depois. A história é composta por uma série de contos fechados que possuem como figura central um assassino de aluguel calmo e calculista, do qual ninguém sabe a origem.
Apesar da enorme quantidade de volumes, a série chegou a pintar no Brasil através da JBC. Em 2010, a editora selecionou algumas das histórias e as lançou numa coletânea de três volumes sob o selo Graphic Novel. À época, havia a sinalização de que outros volumes poderiam ser lançados, a depender dos resultados. Infelizmente a obra nunca retornou.
Além do mangá, um filme animado lançado no Japão em 1983 chegou por aqui, em VHS, pela Flashstar ,nos anos 1990, sob o título Golgo 13: O Profissional. A obra rendeu também dois filmes live-action nos anos 1970, uma animação especial para vídeo em 1998 e uma série animada em 2008 – esses são todos inéditos no Brasil.
Maior quadrinho do mundo…
Ataque dos Titãs – Shingeki no Kyojin, de Hajime Isayama | 100 cm x 70,3 cm de largura (13 kg)
Independente do que se possa comentar a respeito de seu polêmico final, uma coisa é fato: Shingeki no Kyojin é o maior mangá de todos os tempos! Foi o que registrou o Guinness em maio desse ano, quando a série de Hajime Isayama superou o recorde que era detido por nada menos que a nossa Turma da Mônica.
A mais conhecida HQ brasileira havia entrado para a história com uma edição lançada em agosto de 2018, numa ação da Mauricio de Sousa Produções junto a Panini. O “gibizão”, como foi chamado, teria 1 metro de altura por 70 centímetros de largura, contendo 16 páginas e 6 histórias, segundo dados divulgados na época.
O volume de Attack on Titan, por sua vez, possui o mesmo 1 metro de altura, mas 70,3 cm, ficando com um total de 7030 cm² contra os 6976 cm² do volume da Mônica. O tomo japonês contém os dois primeiros capítulos da história regular do mangá, com cerca de 96 páginas.
Essa do “maior mangá” é a mais surreal. Mal tenho espaço pra um gibi de tamanho normal, que dirá um “gigante” desses kkk
Enfim, muito bom ver que Kimetsu é um grande sucesso. Merece e muito IMHO
One Piece supremo
Por um momento quase tive uma parada cardiaca com Attack on Titan como maior mangá do mundo, ae lembrei q fizeram uma edição no tamanho grande. Yahahaha!. Números interessante.
Op sola
Faltou categoria “mangá mais superestimado de todos os tempos”: Demon Slayer
Esse tipo de coisa é só marketing.
Queria que OP durasse o suficiente pra tirar Superman do topo, mas não deve rolar.
No final da matéria as áreas dos quadrinhos estão calculados errados. Os dois tem menos de 1 metro quadrado.
Creio eu que o final de one piece recuperara alguns desses records kkkkkk
Já eu acho que sim, one piece já vendeu mais de 517 milhões, e todo ano vende uns 10milhoes, eu acho q passa