Texto: Leandrogon (Larc) e César Filho
Edição: Rafael Jiback
Revisão: 
Rafael Jiback e César Filho
Última atualização em 15 de novembro de 2020.


As séries Super Sentai estão no ar desde 1975 na TV japonesa. De lá pra cá tivemos várias fases, altos e baixos, inovações e até adaptações americanas – mundialmente conhecidas como Power Rangers. Como elemento presente e marcante nesse gênero de produção, a presença dos robôs gigantes foi sem dúvida um advento criativo que proporcionou a manutenção de patrocínio para produção e o lucro para um dos nomes mais fortes envolvidos nos bastidores: a fabricante de brinquedos Bandai.

O fascínio dos japoneses por mechas (leia-se mé-kas) já vinha sendo explorado em profusão nos animês dos anos 1970. No final daquela década era comum, no Japão, assistir desenhos com intensa carga dramática. Esse tipo de aprofundamento era uma marca das animações da Toei Company e dava destaque aos vilões, que deixaram de ser antagonistas caricatos para serem personagens mais relevantes em suas respectivas tramas. Isso também acabou atraindo a audiência do público feminino, que estatisticamente tinha pouco interesse nesse tipo de atração.

Em parceria com a Sunrise (a mesma responsável pelas séries Gundam) e o Studio Nue (que seria um dos responsáveis por criar o clássico Macross, alguns anos depois), a Toei produziu nesse período uma trilogia de séries em animê que ficou conhecida como Nagahama Roman Robo Series. O primeiro nome da marca é o sobrenome do falecido diretor Tadao Nagahama (1936~1980). E o segundo nome, “Roman”, vem da palavra romance em inglês, no contexto de saga.

Combattler V (1976) | Reprodução/Toei Animation

Chodenji Robo Combattler V (1976~77), Chodenji Machine Voltes V (1977~78) e Tosho Daimos (1978~79) contaram com o produtor Takeyuki Suzuki em sua equipe e foi este o homem que construiu a ponte para que o componente dramático fosse mais explorado nas produções Super Sentai a partir dos anos 1980. 

Na série do ano de 1983, Dynaman, os vilões já traziam uma personalidade melhor construída e isso passou a atrair a atenção de outros espectadores além das crianças, o principal público alvo. O interessante é que nessa época começaram a surgir no país publicações com informações e entrevistas sobre tokusatsu voltadas para os adultos nerds/otakus. Seguindo essa tendência, a Toei resolveu fazer uma série Super Sentai com o que deu certo na época da Nagahama Roman Robo Series, mas valorizando ainda mais os heróis. Assim iniciava a saga do Comando Estelar Flashman.


De volta à Terra

Comando Estelar Flashman | Reprodução/Toei Company

Um dia, cinco crianças foram raptadas da Terra e levadas aos confins do Universo. E após vinte anos…

Narrador da série – abertura

Em 1966, Caçadores Espaciais, enviados pelo Império Mess, raptaram cinco bebês terráqueos que seriam usados como cobaias em experiências com mutação sintetizada. Porém, os tais bebês foram salvos por habitantes do planeta Flash e cresceram, cada um em um satélite daquele sistema planetário – com exceção de Jin, que já tinha 3 anos quando foi sequestrado e foi criado no próprio planeta Flash. Em meio a uma série de adversidades, as crianças cresceram e até conseguiram habilidades especiais, por vezes úteis na vida (ou você não gostaria de levitar por aí para fugir de um engarrafamento, como a Lu?)

O quinteto é formado por:

  • Jin/Red Flash: 22 anos (23 a partir do episódio 38). Líder do esquadrão. Nascido em 22 de novembro de 1963, ele possui um forte senso de justiça e sempre dá força para seus companheiros não desistirem jamais. É dotado do poder de inteligência avançada, adquirido no Planeta Flash;
  • Dan (Dai)/Green Flash: 22 anos. Um guerreiro valente, porém sentimental. Possui uma grande força. Foi treinado no satélite Green Star, onde a superfície é rochosa e a gravidade é intensa;
  • Go (Bun)/Blue Flash: 20 anos. É o alívio cômico do grupo. Criado em Blue Star, ele consegue subir nas paredes e superar a gravidade ao saltar;
  • Sara/Yellow Flash: 20 anos. Foi criada no Yellow Star, onde aprendeu a controlar o ar e seus movimentos;
  • Lu/Pink Flash: 20 anos. Criada em Pink Star, possui a capacidade de levitar e controlar a gravidade de seu próprio corpo.

O Império Mess | Reprodução/Toei Company

Após 20 anos, os cinco terráqueos descobrem que o Império Mess está indo para a Terra e decidem, a revelia dos habitantes do planeta Flash, irem ao planeta azul a bordo da Magma Base – que eles simplesmente furtam. Os amigos Jin, Dan, Go, Sara e Lu chegam ao nosso planeta bem no momento em que Mess realiza sua primeira investida e conseguem conter o ataque de naves inimigas (inspiradas nos Tripods, do clássico A Guerra dos Mundos, de H.G Wells.) e se apresentarem aos vilões – que cordialmente também se apresentam, hehehe.

Depois de lutarem destransformados contra os soldados e levarem uma pequena sova, os cinco se transformam ao gritarem “Refração Flash” – seguido de “Visor Combate” –  no Comando Estelar Flashman (Choushinsei Flashman no original, que traduzindo seria Supernova Flashman). Depois de uma demonstração de força (com suas armas e técnicas individuais) o quinteto encara o primeiro dos muitos Monstros Guerreiros (Juu Senshi) que ainda vão enfrentar na série. Como todo time Super Sentai, os Flashman contam com um “ataque finalizador”, realizado com a união das gigantescas vulcans – que formam uma “bazuca” aniquiladora chamada Cosmic Vulcan (Rolling Vulcan). Curioso é que o “rito” do líder vermelho pedir pra uma integrante checar a mira, antes do disparo, se repetiu aqui tal como visto na série anterior (Changeman).

Flashman e Mag | Divulgação/Toei Company

Os heróis também contam com armas lasers multiuso (os Star Lasers, que viram espadinhas e escudos) e veículos. Três em particular – Tank Comando, Delta Craft (Jet Delta) e Omega Craft (Jet Seeker) – se unem para formar o robô gigante Flash King. Esses veículos ficam a bordo da nave Star Condor, que faz as vias de um cargueiro. Monitorando e ajudando os heróis, está a simpática robôzinha Mag – que começa a série tentando matá-los, já que era um robô guarda da afanada Magma Base. Tudo isso para superar todos os obstáculos que se interpõem na paz da Terra. 

E como os Flashman têm obstáculos! O Império Mess conta com sete membros, sem contar com os “monstros do dia”, a horda de soldados Zólors (Zoloh) e o monstro gigantizador Medusan (Kraken). Liderado pelo sinistro Monarca La Deus (Lah Deus), o grupo também traz o cientista Dr. Keflen (Grande Doutor Lie Köpflen), que promove experiências com seu Sintetizador Biomolecular – similar a um órgão musical. Ele criou todos os demais membros do Império com suas experiências, dando vida ao topetudo Wandar (Leh Wanda), a maligna Nefer (Leh Näfel), ao brutamontes Gals (Leh Gals), que se comunica por meio de estranhos grunhidos, e a dupla Urk (Wolk) e Kirt (Kilt) – que com seu visualzinho brega fariam a alegria do dono de qualquer circo, de tanto que pulam e dão piruetas.

Kaura e os Caçadores Espaciais | Reprodução/Toei Company

Como se tudo isso não fosse pouco, mais tarde ainda chegam do universo o Caçador Espacial Kaura (Sir Cowler) com o seu grupo de 4 Caçadores Espaciais – os mesmos que sequestraram os Flashman, quando ainda eram bebês. A chegada de Kaura marca o início de uma mudança de tom na série que vai ampliando uma certa aura de tristeza, ao mesmo tempo que grandiosidade, na saga dos heróis. Alguns episódios mais leves (como o surreal das abóboras selvagens) contrastavam com outros intensos como o que Sara acredita ter encontrado seu irmão – interpretado por Kazuoki Takashi, que na época usava o nome artístico de Hiroshi Kawai, e tinha vivido o Change Griphon na série anterior.

Pouco depois da metade da trama, os heróis conseguem ficar um pouco mais poderosos, com uma ajudinha de Mag, que amplifica o poder de suas refrações. Nesse “upgrade”, eles passam a fazer uma pose com mais brilhos e raios e suas técnicas especiais ficam com novos efeitos visuais – além de conseguirem uma nova arma pré-matadora: a poderosa lança.

A destruição de Flash King | Reprodução/Toei Company

Em toda a série, o momento mais impactante está na destruição do robô Flash King. Assim que chega na Terra, Kaura faz uso do monstro Za Sconder, que sugando para dentro do seu organismo a versão “baby” do Medusan (o gigantizador vira um tipo de, ahn… “Pokémon pré-histórico”, depois que dissipa sua energia potencial e faz o monstro do dia crescer) consegue se multiplicar absorvendo energia. Depois de explodir um deles com sua Cosmic Vulcan, Medusan é cuspido só para gigantizar dois Za Sconder de uma vez! Após uma luta dramática, os heróis conseguem, a duras penas, despachar os monstros, mas o saldo final é o braço do robô caindo soltando faíscas, assim com sua perna. Os vilões comemorando a vitória ao som de uma música fúnebre, La Deus mostrando um macabro olho humano (!) por trás de sua máscara, e o narrador gritando para os heróis se levantarem e responder aos espectadores (!!!) dão um tom épico para esse episódio.

Depois de um segmento de perrengue total (onde um terceiro Za Sconder aparece!), os heróis encontram enfim um “pouco” de respiro quando um enigmático caminhão-trailer-carreta gigante aparece. Ele estava enterrado e trazia a bordo o misterioso Baraki, a primeira criação do Doutor Keflen (!). No passado, Baraki lutou contra o lendário guerreiro Deus Titan (Hero Titan) e foi salvo por ele, depois de uma emboscada para dar cabo dos dois, feita por Mess. Como último pedido, Titan pede que Titan Flash (o nome do caminhão!) seja entregue… à Terra! De alguma forma muito profética, Deus Titan previa que um dia surgiriam guerreiros (da Terra) que o sucederiam na luta contra Mess. Como nosso planetinha é abundante em vida para experiências mutantes, em algum momento La Deus e sua trupe chegariam aqui. Só demorou, segundo Baraki, 100 anos.

O 2º robô, Titan Jr. | Reprodução/Toei Company

Cumprindo sua promessa, os Flashman descobrem que Titan Flash possui um sistema de transformação para Titan Jr (Titan Boy), sendo o segundo robô gigante de um Super Sentai. Ao se combinar com a unidade trailer de Titan Flash, Titan Jr. se converte para Grand Titan (Great Titan), que era bem maior tanto em tamanho quanto em poder. Ah e alguns episódios depois, Flash King é consertado e assim os heróis ficam mais que prontos para encarar as ameaças dos inimigos. Mas nem tudo são flores na vida desse quinteto… Antes de morrer, Baraki tenta transmitir uma mensagem de Deus Titan: a de que seres criados no planeta Flash possuem um ponto fraco, que poderia comprometer a própria vida.

Certa vez, Go e Sara são aprisionados em outra dimensão. Milagrosamente, um cientista conseguiu quebrar a barreira dimensional que os mantinha presos, durante uma experiência com viagem no tempo. Este cientista é o Dr. Tokimura, que um dia teve seu filho mais velho sequestrado por um Caçador Espacial. Tokimura lembra do que aconteceu, mas sua esposa Setsuko não recorda e acha que é apenas imaginação do marido – assim como suas duas filhas Midori e Kaori. A partir de então, Jin, Dan e Go suspeitam que um deles pode ser o tal filho de Tokimura. O que alimenta ainda mais o mistério é que Tokimura não sabe ao certo o nome da criança e sua idade na época, pois parte dessa memória foi perdida pelo casal.


Um comovente final

Da esq. p/ dir.: Gals, Wandalo e Néfeli | Reprodução: Toei Company

Com a morte do inexpressivo Gals (o visual era bacana, mas o personagem parecia sobrar na trupe de vilões), o Dr. Keflen cria uma nova forma de mutação que dá novos poderes para Wandar e Nefer. Assim eles podem se transformar nos monstruosos Wandalo (Wandahra) e na Diabólica Néfeli (Näfelura). OK: Néfeli não ficou nada monstruosa em sua primeira aparição e apenas uns episódios depois a equipe de produção deu um jeito de tornar seu rosto menos “fofo” (risos).  Como desgraça pouca é bobagem, pra complicar ainda mais a situação, os Flashman começam a perder temporariamente seus poderes, devido ao alinhamento do Planeta Flash e seus satélites.

Durante um reencontro com a família Tokimura, Setsuko lembra que a criança era na realidade uma menina (!). Surgia um novo mistério que poderia confirmar Sara ou Lu como a filha do casal. Somente Kaura sabia a verdade e fez de tudo para impedir que os heróis descobrissem o passado deles. Desavenças entre Kaura e Keflen vão brotando até que chega Galdan (Bo Galdan), o vingador do universo, e braço direito de Kaura. Os dois firmam a rebeldia contra Mess a fim de descobrir a verdadeira identidade de La Deus para destruí-lo e tomar seu lugar. A ambição de Kaura por se tornar o “poderoso homem do universo” cresce mais ainda em seu peito.

Os heróis sob efeito do Flash Negativo | Reprodução/Toei Company

As coisas se agravam quando Keflen transforma os Caçadores Espaciais no monstro guerreiro Zeus (Deus) Taffmoss, criado com biomoléculas do corpo de La Deus. E as coisas ficam ainda piores quando os Flashman começam a sofrer o fenômeno Flash Negativo. Um sinal de rejeição (semelhante a um choque elétrico) que acontece em certo tempo, quando um habitante do Planeta Flash entra em contato com os terráqueos. Tokimura é sequestrado por Kaura e Galdan, que o obrigam a criar uma máquina mais avançada que o sintetizador biomolecular de Keflen. Após a derrota de Taffmoss, Kirt sofre a mesma experiência e se transforma em Kirtós (Kiltos). Urk teve sua energia absorvida pelo monstro guerreiro Zeus e se une a ele, que em seguida é destruído pelos Flashman.

Ao enfrentarem Néferus (Nefuluss), originado da biomolécula Zeus de Nefer, os Flashman descobrem que possuem apenas 20 dias de vida na Terra. Caso não saiam até o prazo final, antes de um anoitecer, eles morrerão. O fenômeno Flash Negativo se agrava, a ponto do corpo dos heróis não aceitar mais água. Paralelo a isso, Kaura tem seu próprio sintetizador terminado e começa a atormentar La Deus com sua “música”. Keflen acaba vendo uma oportunidade boa para descobrir a verdadeira identidade de seu amor. Néfer é (supostamente) morta em um duelo com Red Flash e logo depois Néferus é explodido pelo Cosmic Laser do Flash King.

Enquanto sofre, La Deus expõe que Keflen apenas dá continuidade ao trabalho de um outro grande “gênio da arte” da experiência mutante. Mesmo se dispondo a “reconstruir” La Deus, Keflen é esnobado pelo grande monarca. Wandar, a exemplo de Néfer, se entrega para seu “pai”, que dá origem ao monstro guerreiro Zeus Wandaros (Wandal). Ambos possuem um amplo controle da técnica Tempo Congelado – que originalmente paralisava o tempo durante segundos, mas que pareciam uma eternidade. Tokimura consegue escapar da nave de Kaura e parte com sua máquina do tempo para salvar os heróis. Um portal do tempo se abre e os Flashman conseguem visualizar o casal Tokimura de 20 anos atrás, mas por pouco tempo. Isso anula o Tempo Congelado de Wandar, que logo é destruído por Red Flash. Wandaros, por sua vez, foi dizimado pelo Grand Titan.

Faltando apenas 7 dias na Terra, os Flashman se reencontram com Néfer (que não havia morrido) e enfrentam Galdess – que na verdade é Galdan transformado em um monstro. Ao ser atingido no braço pelo monstro Zeus, Kaura sequestra Sara e pede para que ela toque o novo Sintetizador Biomolecular. Em troca, ela poderá saber quem é sua família. La Deus sofre com os efeitos da máquina enquanto a Nave Clone é invadida por Kaura. Galdan recobra a consciência e ajuda seu parceiro na luta contra o monarca do Império Mess. La Deus é bizarramente destruído (vaza água pelo seu corpo e ele se desfaz em pedaços!) e Keflen percebe que ele era, na verdade, uma biomolécula líquida — se evaporasse, morreria facilmente. Keflen gargalha sem piedade, pois vê a oportunidade de tomar seu lugar no império.

O sangue que se banha ao pôr do sol é muito lindo.

Kaura, episódio 48

A batalha de Red Flash e Kaura | Reprodução/Toei Company

O clímax é marcado pelo duelo entre Red Flash e Kaura, diante de um belíssimo pôr do sol. Enquanto isso, Galdan volta a se tornar Galdess. Keflen revela que a emboscada contra La Deus fazia parte de seu plano e que agora seria a vez de Kaura ser destruído. Em contrapartida, Kaura revela a verdadeira identidade de Keflen (!). Galdess foi dizimado por Grand Titan e Kaura está gravemente ferido. Com sua nave, o caçador das trevas envia Sara para uma residência abandonada. A garota encontra uma foto do casal Tokimura junto com um bebê que carregava um colar com uma pedra amarela e Sara percebe que essa pedra é igual a que está em sua Refração Flash. Assim, ela chega à conclusão de que é a filha dos Tokimura.

Kaura tenta atingir seu disco voador contra o Cruzador Imperial, mas, sem sucesso, sua nave bate numa montanha e explode em seguida. Quando Keflen pensava ser vitorioso, La Deus ressurge e conta ao cientista mais detalhes de sua origem. Insano, Keflen transforma La Deus no monstro La Zeuder (Deusura). Sara se une aos seus amigos para derrotar o monarca e juntos atiram dois disparos do Cosmic Vulcan. Agigantado por Meduzan, Zeuder enfrenta o Flash King, que desfere o golpe mortal Hiper Cosmic Laser. Mais ainda não é o fim (socorro!). As biomoléculas de Zeus ainda vivem. Portanto, Keflen aproveita a ocasião para criar o demoníaco e poderoso Demoss – que já nasce gigante com um tiro final de Medusan.

Batalha decisiva | Reprodução/Toei Company

Restando apenas 10 horas de vida na Terra, os Flashman enfrentam o último monstro. Em uma luta relativamente rápida (mas que se passou em várias horas) e apreensiva, Flash King é novamente abatido, mas Grand Titan derrota de vez Demoss graças ao poder máximo do Cosmo Flash (Titan Nova). Ainda era preciso vencer a guerra. Os Flashman invadem o Cruzador Imperial e dão de cara com Keflen. Néfer aparece para salvar seu “pai”, mas é golpeada com o Sword Laser de Red Flash e morre em seguida. Keflen recebe um ataque especial da espada de Red e agoniza. Sem alternativa, Keflen tenta persuadir os heróis a se submeterem ao seu Sintetizador Biomolecular para permaneceram na Terra. Yellow Flash dispara um raio com sua pistola Star Laser e destrói o aparelho. Mesmo com curto-circuito, Keflen toca mais uma vez as notas do Sintetizador ao dizer “Adeus, Flashman! Adeus, Planeta Terra!” e morre na explosão.

Restando apenas cinco minutos, os Flashman chegam ao limite. A despedida melancólica da Terra não permitiu que Sara dissesse adeus à sua família, que viu a nave-cargueiro Star Condor partir ao entardecer. E assim terminava uma das melhores séries Super Sentai já exibidas no Brasil, com a esperança dos jovens um dia voltarem para visitar sua terra natal.

Obrigado, Flashman! Adeus, Flashman! Guerreiros, esperamos que um dia vocês voltem. Após uma longa batalha, chega a primavera e a vida retorna à Terra. Um dia, quando os Flashman voltarem, esta maravilhosa Terra há de recebê-los de braços abertos.

Narrador, episódio final.


Bastidores

Quinteto reunido | Reprodução/Toei Company

A atmosfera melancólica de Flashman foi concebida a partir de uma ideia do Takeyuki Suzuki que estava em alta na mídia desde o começo da década de 1980: a rejeição dos órfãos japoneses abandonados na China no final da Segunda Guerra, que estavam sendo repatriados ao seu país a partir daquele período. Deixadas, à força, por seus pais após a derrota do Japão em 1945, tais crianças passaram a ser adotadas por famílias chinesas. Nesse processo de retorno à sua terra natal várias barreiras, como o desconhecimento do idioma e da cultura do país, tornaram a experiência dolorosa. Para piorar, infelizmente, o povo japonês desenvolveu uma discriminação e, consequentemente, os repatriados sofreram com a falta de emprego — por exemplo.

O roteirista Hirohisa Soda | Imagem: Reprodução/Twitter

Com a intenção de transmitir uma mensagem conscientizadora, e ao mesmo tempo leve, para as crianças que nasceram décadas depois desses eventos terríveis da história da humanidade, Suzuki ao lado do roteirista Hirohisa Soda, construiu criativamente o plot básico da história, com os protagonistas vivendo longe da Terra – contra sua vontade ou escolha, já que foram sequestrados por alienígenas – por um período de 20 anos e regressando ao seu planeta natal para defendê-lo da ameaça da vez.

Muito possivelmente as ideias de Suzuki devem ter sofrido alguma modificação antes da aprovação final, já que é notado certo contraste de alguns episódios com altas doses de humor (como esquecer o episódio da geladeira que saía correndo “possuída” por um monstro?!) e outros (a maioria, diga-se de passagem) com mais suspense e drama. Normal, já que o objetivo maior de um Super Sentai continua a ser a venda de brinquedos e toneladas de produtos licenciados.

Essas possíveis alterações na história e problemas de pré-produção fizeram a série atrasar sua estreia em um mês (e consequentemente, fez Changeman ganhar 4 episódios a mais) e, segundo relatos do ator Tota Harumi (o Jin), o elenco principal começou a gravar cenas sem saber direito o que estavam fazendo, ou mesmo que aquilo era um Super Sentai. Inclusive, o ator que viveu o personagem Wandar, Kazuhisa Hirose, acreditava que tinha sido escalado para ser o protagonista vermelho da série.

Um ponto curioso, perdido na adaptação da versão brasileira, era a inspiração egípcia para o nome de alguns vilões – cortesia do roteirista Hirohisa Soda e suas férias no Egito, um ano antes de começar a trabalhar em Flashman. Alguns atores do elenco escalado para vilões (especificamente, o veterano Koji Shimizu e Jouji Nakata, que fizeram o Dr. Keflen e Kaura) teriam hesitado num primeiro momento os convites para interpretá-los, mas depois que toparam, acabaram ficando surpresos com o tom menos caricato e infantil que os personagens possuíam. Shimizu achou Keflen tão grandioso que alterou o texto do script do último episódio, no momento em que o vilão grita antes de morrer: “Adeus, Flashman! Adeus, planeta Terra!

Outro aspecto muito importante na produção da série é a presença do designer Yutaka Izubuchi – que trabalhou com Takeyuki Suzuki no animê Tosho Daimos, que foi mencionado no início desta matéria. Passando a integrar a produção das séries Super Sentai a partir de 1983 (em Dynaman), Izubuchi conseguiu realizar um trabalho visual nos vilões e monstros de Flashman ainda mais primoroso que o visto em Changeman (embora o visual dos Caçadores Espaciais, da dupla Urk e Kirt e daquele “baby” Medusan pareçam ter sido feitos num momento “se vira nos 30” da vida).

Demoss e sua imagem conceitual por Yutaka Izubuchi | Reprodução/Toei Company

Após a épica destruição de Flash King, a série foi ampliando gradativamente a dose de “sofrimento” dos heróis, dialogando com a proposta inicial de Suzuki de mostrar pras crianças japonesas o sofrimento de quem é rejeitado por sua terra natal (ou planeta, no caso dos Flashman). Shohei Tojo, que havia dirigido episódios de Sun Vulcan e Dynaman, estranhou quando teve que trabalhar em Flashman e se sentiu na obrigação de fazer algo que atraísse a atenção das crianças e também dos adultos, sempre que possível. Como adultos nerds (que cresceram assistindo Ultraman e Kamen Rider na década de 1970) estavam em ascensão na época, isso cairia como uma luva.

O mistério sobre quem seria o filho do casal Tokimura fez com que os próprios atores apostassem seus bolões. Com a aproximação do fim de Flashman, o roteirista Hirohisa Soda foi um tanto “atroz” ao colocar mais sofrimento para o quinteto – o efeito Anti-Flash. Os demais escritores protestaram e achavam que isso seria pesado demais para um programa infantil e que até a audiência seria afugentada. Suzuki, bastante convicto da inspiração que deu origem à série, não voltou atrás, bateu o martelo e alegou que os heróis eram um reflexo dos órfãos da Segunda Guerra. Dessa forma, o efeito Anti-Flash representava o preconceito dos rejeitados que, anos mais tarde, voltaram para sua terra natal.

O resultado foi o contrário do que foi bramido. A audiência subiu e a segunda metade da série liderou a faixa das 18h de sábado. E não é só isso. Flashman fez a proeza de superar Changeman no ranking geral de audiência da franquia (12.3% contra 11.1%). Um marco importante para uma das melhores fases que a Toei já vivenciou.

Pôster do 1º filme (à esq.) e capa do 2º filme em lançamento em home-video (à dir.) | Reprodução/Toei Video

Flashman ainda rendeu dois filmes curta-metragem (que mais parecem episódios da série regular) que nunca foram apresentados no Brasil. No Japão, eles ficaram em cartaz no Toei Manga Matsuri (Festival de Mangá da Toei). O primeiro estreou em 15 de março de 1986 (entre os episódios 2 e 3) e o segundo (Choushinsei Flashman: Big Rally! Titan Boy!) em 14 de março de 1987. Este último, apresentado três semanas após o fim da série de TV, é um resumo dos episódios 15 ao 18. 


No Brasil

Logo da Everest Vídeo do Brasil | Reprodução

Embalada pelo sucesso de Jaspion e Changeman na extinta Rede Manchete, a Everest Vídeo, antiga distribuidora do sr. Toshihiko Egashira, resolveu apostar em outras séries tokusatsu. Flashman estreou na emissora carioca em 6 de março de 1989 como atração do Clube da Criança (programa infantil apresentado na época pela Angélica, das 17h às 19h30). Na semana seguinte, no dia 13, ganhou um segundo horário. Mais precisamente às 10h30 da manhã, antes de Changeman (11h) e Jaspion (11h30).

Dublada na extinta Álamo, a série contou com um elenco de dublagem primoroso, misturando vozes novas com veteranos do ramo. Destaque para um estreante Francisco Bretas (Red Flash e futuro Hyoga de Cisne em Os Cavaleiros do Zodíaco), que ainda emprestou sua voz para todos os “reds” que vieram depois de Flashman pro Brasil (o Goggle Red em Goggle Five e Red Mask em Maskman); e Carlos Laranjeira (Blue Flash), que também deu vida ao inesquecível J.J. de Zillion, além de ser a primeira voz do Jiban.

Já o time de vilões contou com vozes grandiosas como as de Líbero Miguel (diretor de dublagem e o sinistro Monarca La Deus), Gastão Malta (Dr. Keflen), Muíbo César Cury (Kaura) e Carlos Alberto Amaral (o narrador a partir do episódio 11). Não é exagero afirmar que grande parte do sucesso da série esteve em sua versão brasileira.

Comando Estelar Flashman | Divulgação/Toei Company

Na passagem pela Rede Manchete, Flashman teve inicialmente apenas os primeiros 10 episódios apresentados (ou seja: só duas semanas!), que eram reprisados até todos ficarem de saco cheio – durou uns meses essa lenga-lenga. Era uma estratégia arriscada, que já tinha sido usada nas outras duas séries tokusatsu. Mas felizmente vimos a saga completa na TV – e até com abertura e encerramentos com créditos em português, uma raridade. Assim como outros clássicos que passaram pela Manchete na ocasião, o Comando Estelar foi reprisado a exaustão e ficou no ar até meados de 1992, quando o gênero dos heróis japoneses já estava saturado.

Propaganda do Kit Flashman na revista Chico Bento (Ed.Globo) em 1990 | Imagem: Reprodução/Blog Propagandas de Gibi

Durante seu auge, o senhor Toshi soube faturar com os heróis lançando várias fitas VHS com episódios da série (18 no total) e seu “Kit Comando Estelar Flashman”, com a marca da Everest Brinquedos trazendo uma máscara, cinto, insígnia para o peito, escudo e espada. Diferentemente do “Change Kit”, que vinha com um escudo e espada do Change Robô – porque simplesmente chamava mais atenção da molecada pelo tamanho – os itens de Flashman eram mais fiéis ao que era visto na TV. Um fato extremamente inusitado, era que o comercial mostrava um guri enfrentando um homem fantasiado com a roupa do personagem General Deslock, de Spielvan – e isso antes dessa série estrear no Brasil (!). Da linha de brinquedos, o mais cobiçado pela gurizada era o Prisma Laser, o bracelete de transformação dos heróis. Produzido no Brasil, usando como base um original japonês, o produto impressiona pela qualidade e fidelidade. Já o mesmo não se pode dizer dos desastrosos bonecos lançados pela fabricante Apolo. O negócio só perde pro Jaspion deformado da Focus Filmes.

Depois de faturar alto com a venda de discos e fitas K7 com a trilha sonora adaptada de Jaspion e Changeman, a Top Tape correu para o Japão e “furou o olho” do senhor Toshi, adquirindo os direitos de Jiraiya e Jiban junto à Toei Company – e também do Lion Man, mas esse foi com a P Productions, com algum troco de sushi dos empresários na época. Como “retaliação”, o senhor Toshi vendeu os direitos para a produção da trilha sonora de Flashman para a gravadora BMG Ariola.

Da esq. p/ dir.: Os bonecos da Apolo, LP e Fita K7 da BMG Ariola | Reprodução/Mercado Livre/Discog

Os discos e fitas chegaram ao mercado em 1990 e se você achou inusitado saber que o comercial do “Flash Kit” tinha um personagem de Spielvan, saiba que o disco do Flashman tinha uma canção adaptada da trilha sonora de Changeman (“Força Jovem”, versão em português de “Earth Force, Shukumei no Hoshi”) e outra do Kamen Rider Black (“Sempre Vencer”, versão de “Let’s Fight Rider”). As músicas foram adaptadas pelo produtor e arranjador musical Ciro Carvalho. As vozes ficaram a cargo de Cláudio Goldman e Ângela Márcia – esposa do ícone da música sertaneja, Sérgio Reis. Uma coisa estranha nesse LP é o fato das músicas parecerem estar “mais rápidas” do que deveriam – o que distorce um bocado a voz dos cantores e arranjos.

Flashman na HQ ‘O Fantástico Jaspion’ | Reprodução/Ed. Abril/Gibissaurus

No final do ano de 1990, os heróis estrelaram em quadrinhos, via editora Abril, na revista d’O Fantástico Jaspion número 1. Com o roteiro de Alexandre Nagado e desenhos do Roberto Martins, a história criativamente dava continuidade à série de TV.  Já no ano seguinte, os heróis estrelaram um álbum de figurinhas, lançado pela mesma editora, que reunia todos os heróis da Everest da época, mas que destacava Spielvan na capa – com o nome de Jaspion 2, para chamar atenção da molecada. No mesmo ano, a editora Ebal lançou as edições 7 e 8 da sua revista de passatempos e atividades com os heróis. Curiosamente, pela mesma revista, já tinham passado Jaspion, Changeman e Zillion

O sucesso do circo-show de Jaspion e Changeman rendeu uma segunda temporada a partir de 1990, com Flashman substituindo o Esquadrão Relâmpago (e apresentando uma nova aventura de Jaspion). Assim, ficamos sabendo que as fantasias originais da série acabaram chegando ao nosso país, embora a repercussão desse fato não seja tão grande.

Em 1º de agosto de 1994, Flashman voltou à TV brasileira via Rede Record, como parte do bloco Tarde Criança. Foi a primeira reprise de uma série tokusatsu exibida na Manchete em uma outra emissora. Semanas depois foi a vez de Changeman e de Jaspion no canal do bispo. Isso sem contar as reprises de Goggle Five, Machineman e Sharivan (que originalmente estrearam na Bandeirantes). Jin e cia se despediram da programação da Record em 12 de agosto de 1995, junto com o Esquadrão Relâmpago. Flashman teve uma última reprise na CNT/Gazeta, situada entre 23 de dezembro de 1996 e 28 de fevereiro de 1997, com todos os 50 episódios exibidos. Sucedendo Changeman e precedendo Jaspion na faixa das 8h da manhã, de segunda a sexta.

Em dezembro de 2010, a distribuidora Focus Filmes lançou Flashman em DVD, numa box com os primeiros 25 episódios. Superando os problemas de dois episódios de Changeman e a primeira metade de Jiraiya (que vinham com imagens ripadas do Toei Channel), a empresa lançou a coleção com imagem remasterizada e sua matriz veio dos DVDs japoneses. Nos extras tivemos comentários em áudio nos episódios 1, 2, 3 e 15, com as participações do cantor Ricardo Cruz, Eugênio Furberta e Daniel Verna (os dois últimos do grupo Tokusatsu.com.br), e uma galeria de fotos. Porém, os eyecatches (vinhetas de intervalo), foram cortados, o que deixou muitos colecionadores chateados (e com razão). Isso não aconteceu na segunda box, lançada em maio de 2011, com um livreto escrito por Ricardo Cruz. O material especial continha várias informações sobre bastidores e teve a colaboração do ator Tota Tarumi.

Os boxes de DVD pela Focus Filmes | Imagem: Divulgação

Renovando os direitos da série junto com os de Jaspion, Changeman, Jiraiya, Jiban e National Kid (além da inédita Garo) a Sato Company compartilhou com o JBox em 2015 as negociações para o lançamento de todas essas séries junto à Netflix. O assunto teve bastante repercussão na web, mas o acordo não foi firmado e um dos motivos era a ausência de materiais com alta definição – que era um padrão que a plataforma queria seguir na época. Ainda não existem episódios de Flashman em HD, porém a melhor qualidade é a versão remasterizada dos DVDs japoneses.

Todas essas séries foram lançadas em 2016 na extinta plataforma de streaming WOW! Play, criada pela Sato Company. Devido aos problemas técnicos da mesma, a empresa criou pouco depois o canal Tokusatsu TV no YouTube (atual TokuSato). Foram lançados semanalmente os primeiros 37 episódios. No momento de publicação desta matéria, a grande maioria desses capítulos foi bloqueada pela Hasbro, que detém os direitos de Power Rangers e também da franquia Super Sentai desde 2018. Em contrapartida, desde julho de 2019, a série completa pode ser encontrada no Amazon Prime Video (ainda com a imagem velha e com uma estranha divisão em duas “temporadas”).

No segundo semestre de 2020, após o bom desempenho da exibição de Changeman, Jiraiya e Jaspion nas manhãs de domingo da Band, cogitou-se que Flashman poderia seguir o mesmo destino em um retorno à TV (a série apareceu entre os primeiros nomes cogitados antes mesmo da faixa de tokusatsu estrear). Porém, a chegada de um campeonato de futebol (e seus patrocinadores) e problemas envolvendo a série Black Kamen Rider (exibida sem acordo de direitos conexos de dublagem) limaram as séries japonesas da programação.

Comando Estelar Flashman | Divulgação/Toei Company

Mesmo com algumas falhas no roteiro (o que aconteceu com a Magma Base? Qual o destino de Medusan? O Dr. Tokimura não tirou uma certidão de nascimento da Sara quando ela nasceu? Porque ninguém estranhava as roupas dos heróis no começo da série? E como eles aprenderam o idioma japonês se eles viveram no espaço?!), Flashman ajudou a quebrar os padrões das séries Super Sentai e mudou a cara da franquia. Seu sucesso rendeu mais recursos para a Toei melhorar a produção e isso pode ser percebido em Maskman e em Liveman, por exemplo, que foram séries que ficaram em seu lugar nos anos seguintes. A trama comovente fascinou a criançada que acompanhou a saga do quinteto, ainda cultuado por ser uma das melhores produções da Toei Company.


E… No Peru?

Vale ainda um anexo bastante curioso da passagem de Flashman por aqui. Quando adquiriu os direitos para exibir a série no Brasil, a Everest Vídeo também assinou o comando para levá-la a quase toda a América Latina. Isso aconteceu com outros títulos, mas parece que apenas o Comando Estelar conseguiu uma brecha.

Álbum de figurinhas pela Navarrete | Reprodução/DM Colecciones (YouTube)

Com distribuição da Everest, Flashman chegou a ser exibido nos anos 1990 no Peru, onde é lembrado com carinho por quem era criança na época. Mesmo que a adaptação para o espanhol não tenha sido da forma, digamos… mais “adequada”.

Acontece que a versão em castelhano foi dublada aqui mesmo no Brasil, com dubladores paulistas falando em espanhol (!). No papel de Jin/Red Flash tivemos Orlando Viggiani, o Júpiter em Cybercop e o Ryu do animê Street Fighter II-V. Já a abertura também foi traduzida, com a voz do cantor Toninho Ghizzi, que também cantava o tema do Black Kamen Rider na versão brasileira para o disco do herói.

Apesar da boa recepção dos chiquitos peruanos e da exibição em mais alguns países do continente, o sr. Toshihiko Egashira enfrentou dificuldades para confeccionar produtos para fora do Brasil, algo essencial para sustentar uma série tokusatsu e torná-la uma marca rentável (temos registro apenas de um álbum de figurinhas pela Navarrete). Ficou na intenção.


Outras curiosidades

  • No Japão, Flashman teve média de 12.3% na audiência. É a quinta série Super Sentai de maior audiência, perdendo para Gorenger (16.1%), Denziman (13.5%), Sun Vulcan (12.5%) e Goggle Five (12.3%).
  • O episódio de maior audiência de Flashman foi o 27 (Golpe da Amizade), com 16.3%. Já o episódio de menor audiência foi o 21 (Triste Guerreira), com 6.2%.
  • Antes de Flashman, o ator Tota Tarumi (Jin/Red Flash) já havia feito pontas em Gavan (ep. 38) e Sharivan (ep. 44). Em 1990, interpretou o vilão Yuichi Hirosaki nos episódios 31 e 32 de Winspector, que introduziram a arma suprema de Fire, a Giga Stream. Também esteve em Exceedraft (ep. 30) e Janperson (ep. 12).
  • Kihachiro Uemura (Dan/Green Flash) interpretou o vilão Chevalier entre os episódios 28 e 47 de Fiveman, série Super Sentai de 1990. Fez uma participação no episódio 13 de Gridman (série que deu origem ao Superhuman Samurai) como Akira Noguchi. Uemura já esteve no Brasil em janeiro de 2020 como atração do Rio Matsuri, junto com Walter Jones (Zack/Ranger Preto em Mighty Morphin Power Rangers).
  • Jo Ishiwatari (Go/Blue Flash) fez participações especiais em Maskman (ep. 34), Jiban (ep. 42) e Jetman (eps. 23 e 24).
  • Três meses antes da estreia de Flashman no Japão, a atriz Yoko Nakamura (Sara/Yellow Flash) havia participado do episódio 45 de Changeman como Aira, a garota do planeta Niji. Também esteve no episódio 35 de Fiveman como Yuriko, sendo esta sua última participação no gênero tokusatsu. Na década de 1980, ela teve uma curta carreira como cantora pop.
  • Mayumi Yoshida (Lu/Pink Flash) já apareceu nas séries tokusatsu Kamen Rider Black (ep. 37), Winspector (eps. 13 e 14), Solbrain (ep. 5) e Jetman (ep. 12).
  • Quem vestia o traje de Red Flash, nos bastidores, era o dublê Kazuo Niibori. Por 13 anos consecutivos, ele foi o dublê dos vermelhos de Super Sentai de Battle Fever J a Jetman.
  • Akira Ishihama (Dr. Tokimura) esteve em Jiban como Yanagida, além de participar do episódio 41 de Ultraman 80 (Eighty, de 1980), do episódio 9 de Solbrain (de 1991) e dos filmes Kamen Rider Black: Terrifying! The Phantom House of Devil Pass (de 1988) e Shin Kamen Rider: Prologue (de 1992).
  • Tamie Kubota (Setsuko Tokimura) havia aparecido no episódio 11 de Gavan como a mãe do herói-título. Também esteve em Ultraman Taro (ep. 36), Tiger Seven (ep. 15), Robot 110-ban, Kamen Rider (Skyrider, ep. 30) e Machineman.
  • Koji Shimizu (Dr. Keflen) retornou à franquia Super Sentai no episódio 7 de Boukenger (versão original de Power Rangers Operação Ultraveloz) como Jimon Kagawa. Também esteve em Ultraman Ace (ep. 4), Ultraman Dyna (ep. 38) e Ultraman Cosmos (ep. 42).
  • Sayoko Hagiwara (Nefer) interpretou as heroínas Ryoko Hoshi/Yullian (nos últimos oito episódios de Ultraman 80) e Rei Tachibana/Dyna Pink (em Kagaku Sentai Dynaman). Em janeiro de 2014, apareceu no episódio 43 de Kyoryuger como a mãe do Kyoryu Green, junto de Junichi Haruta (MacGgaren em Jaspion). É casada com o ator Yuu Tokita, o Yellow em Dynaman. Hagiwara já esteve no Brasil em dezembro de 2019 como atração do Ressaca Friends.
  • Yutaka Hirose (Wandar) foi os vilões Dr. Kemp em Liveman, Tranza em Jetman e Jin Matoba em Dairanger. Fez pontas em várias séries como Jaspion, Changeman, Kamen Rider Black, Winspector e Solbrain. Se destacou também como General Zander em Changéríon e como o anti-herói Naozumi Shirakawa nos episódios 49 e 50 de Kamen Rider Agito.
  • Jouji Nakata (Kaura) interpretou o vilão Professor Bias em Liveman. Fez participações em várias séries como Kamen Rider Black, Winspector, Solbrain, entre outros.
  • Yoshinori Okamoto (Galdan) viveu como os vilões Buba em Changeman, Oyobu em Maskman e Dr. Ashura em Liveman. O ator/dublê tem uma extensa carreira no gênero tokusatsu.
  • A hierarquia dos dublês de Flashman teve a mesma formação em Changeman e Maskman. Kazuo Niibori (vermelho), Koji Matoba (preto/verde), Tsutomu Kitagawa (azul), Masato Akada (branca/amarela) e Yuichi Hachisuka (rosa).
  • Flashman teve participações especiais dos seguintes atores de Super Sentai: Kouji Unogi (Dyna Blue em Dynaman) como Guarda Hiroshi no episódio 5; Kazuoki Takahashi (Change Griffon em Changeman) como Miran no episódio 21; Ryosuke Kaizu (Red Mask em Maskman) como Ryu Wakakusa no episódio 27; e Mina Asami (Igan e Ian em Maskman) como Sibere no episódio 40.
  • O cantor Taku Kitahara interpretava os temas de abertura (Choushinsei Flashman), encerramento (Fighting Pose Flashman!) e cinco temas de inserções.
  • Takayuki Miyauchi, cantor de séries como Winspector, Solbrain e Kamen Rider Black RX, interpretou três temas de inserção, incluindo “Kagayake! Flash King“.
  • Houve duas músicas creditadas a personagens da série. “Body Action, Dance Ja Nai Wa Yo” foi interpretada por Sara (Yoko Nakamura) e “Boku Wa Mag” pelo robô Mag.
  • Os braceletes de transformação dos heróis são chamados de Refração Flash (Prism Flash). Suas armas são o Star Laser (Prism Shooter), que se converte em espada e escudo. Seus veículos são as motos Turbo Laser (Flash Hawks).
  • Suas armas individuais são: Sword Laser (Prism Holy Sword, para Red), Gloves Laser (Prism Kaiser, para Green), Laser Ball (Prism Ball, para Blue), Freeze Laser (Prism Batons para Yellow) e Shoes Laser (Prism Boots para Pink). Além dos canhões Red Vulcan (Red Vul), Green Vulcan (Green Vul), Blue Vulcan (Blue Vul), Yellow Vulcan (Yellow Vul) e Pink Vulcan (Pink Vul), que combinadas formam a Cosmic Vulcan (Rolling Vulcan).
  • Blue Flash possui também a Estrela Projétil (Star Darts) como arma alternativa. Quando Sara e Lu não estão transformadas elas usam a Bola Projétil (Shocking Beads) e os (levemente ridículos) Corações Projétil (Shocking Hearts), respectivamente. Dan utiliza os socos ingleses Knuckle Guards (jamais traduzidos na dublagem).
  • Flash King reapareceu nos filmes Gaoranger vs. Super Sentai (de 2001) e Gokaiger Goseiger Super Sentai 199 Hero Great Battle (de 2011).
  • No especial de vídeo Toei 100 Great Hero Super Fight (de 1986), Flash King foi elencado como o herói de número 98, logo a frente de Spielvan e Lady Diana, elencados como os heróis dos números 99 e 100, respectivamente.
  • Esta é a primeira série Super Sentai em que os sobrenomes dos heróis não são revelados. Com a exceção de Sara, que descobriu que é filha do casal Tokimura.
  • É também a primeira série da franquia em que todos os heróis têm seus nomes no formato katakaná.
  • Flashman foi o primeiro Super Sentai a ter uma narração de abertura antes da apresentação do título do programa.
  • Esta foi a última série da franquia a não levar o nome “Sentai” no título. Anteriormente isso aconteceu também com JAKQ Dengekitai (de 1977), Battle Fever J (de 1979) e Choudenshi Bioman (de 1984).
  • Flashman é a décima série Super Sentai, considerando Gorenger e JAKQ, que só foram incluídos oficialmente na franquia em 1995, com o anúncio de Ohranger. Por isso, o 10º aniversário foi celebrado com as séries Liveman (de 1988) e Turboranger (1989). Até então, Battle Fever J (de 1979) era a série pioneira.
  • Embora os heróis tenham nascido na Terra, esta é a primeira série Super Sentai onde os heróis não cresceram no nosso planeta. Logo, a primeira equipe a ser formada por heróis que nasceram fora da Terra foi Gokaiger (de 2011).
  • Flashman foi a primeira série a não ter um mentor para o quinteto.
  • Nos primeiros 10 episódios, o narrador da série na versão brasileira era Francisco Borges, que havia feito o mesmo papel em Jaspion e Changeman. Carlos Alberto Amaral assumiu a função a partir do episódio 11 e foi o narrador da grande maioria das séries tokusatsu que viriam ao Brasil nos próximos dois anos. Ambos são falecidos.
  • O ator e dublador brasileiro Fábio Lucindo, conhecido por ser a voz do protagonista de Pokémon, Ash Ketchum, por mais de 15 anos, atuou em um dos comerciais de Flashman da Everest Brinquedos focado nas compras de Natal.
  • No episódio 48, o duelo entre Red Flash e Kaura se passava durante um pôr do sol. Porém, as cenas seguintes – com a luta dos Flashman contra os soldados Zoloh e Galdess e na luta do Titan Jr. contra o mesmo monstro – não tinham tons avermelhados do entardecer. Isso foi corrigido no último volume do DVD da série no Japão e consequentemente no DVD nacional lançado pela Focus Filmes.
  • Na manhã do dia 22 de janeiro de 2011, a TV Asahi exibiu o programa 35 Dai Hero Sentai Ikkyo Dai Kokai SP (das 10h50 às 11h45). Era um especial que serviu como prévia das comemorações dos 35 anos de Super Sentai, além de divulgar o filme Tensou Sentai Goseiger vs. Shinkenger: Epic on Ginmaku, que estreou nos cinemas japoneses na mesma data e teve a primeira aparição do quinteto Gokaiger. Neste especial, os finais de Flashman, Jetman e Dairanger foram apontados como os três melhores da franquia.
  • Após 25 anos do final da série, Dan aparece brevemente no episódio 49 de Kaizoku Sentai Gokaiger (versão original de Power Rangers Super Megaforce), ao lado de Takayuki Hiba/Vul Eagle (de Sun Vulcan), Hayate/Change Griffon (de Changeman), Akira/Blue Mask (de Maskman) e Remi Yoshikawa/Five Yellow (de Fiveman).
  • Como consequência, Gokaiger foi adaptado para Power Rangers Super Megaforce (de 2012). Cenas onde os piratas do espaço usavam poderes de Changeman, Flashman, Maskman e alguns outros esquadrões que não foram ocidentalizados foram reaproveitadas — com a desculpa de que eram “poderes jamais vistos na Terra”. Os poderes de Flashman foram rebatizados como “Prism”, enquanto Changeman ficou como “Blitz”, Maskman como “Lightning”, Dairanger como “Squadron” e Fiveman como “Supersonic”. Este último teve sua origem contada em 2018 nos quadrinhos de Power Rangers, pela editora BOOM! Studios.

Ficha técnica

  • JAPÃO
    Título: Choushinsei Flashman
    Emissora original: TV Asahi
    Exibição original: 1º de março de 1986 a 21 de fevereiro de 1987
    Horário original: sábados, das 18h às 18h25
    Total de episódios: 50 para a TV e 2 para o cinema
    Estúdio: Toei Company
    Criação: Saburo Yatsude
    Roteiro: Hirohisa Soda (principal; episódios 01-06, 08-09, 11-12, 15-19, 23-24, 26, 28-33, 36, 39, 41-50), Kunio Fujii (episódios 07, 10, 13, 20, 22, 34 e 37), Takao Nagaishi (ep. 40), Toshiki Inoue (episódios 14, 27, 35 e 38), Michiru Shimada (episódio 21), Keiji Terui (episódio 25)
    Direção: Nagafumi Hori (eps 1 e 2), Minoru Yamada (Episódios 03, 06-07, 12-13, 18-19, 23, 25, 30-31, 36 e 39), Shohei Tojo (episódios 04-05, 10-11, 16-17, 22, 26, 28-29, 33, 35, 41-42, 44-45, 48-50), Takao Nagaishi (episódios 08-09, 14-15, 20-21, 24, 27, 32, 34, 37-38, 40, 43, 46-47)
    Designers de personagens: Yutaka Izubuchi
    Trilha sonora: Kohei Tanaka
    Compositor musical: Yukihide Takekawa
    Produtor: Takeyuki Suzuki
    Elenco: Tota Tarumi (Jin/Red), Kihachiro Uemura (Dan/Green), Jo Ishiwatari (Go/Blue), Yoko Nakamura (Sara/Yellow), Mayumi Yoshida (Lu/Pink), Akira Ishihama (Dr. Tokimura), Koji Shimizu (Dr. Keflen), Yutaka Hirose (Wandar), Sayoko Hagiwara (Nefer), Miyuki Nagato (Urk), Yuko Kojima (Kirt), Jouji Nakata (Kaura), Yoshinori Okamoto (Galdan), Tamie Kubota (Setsuko Tokimura), Yayoi Sato (Midori Tokimura), Megumi Seto (Kaori Tokimura)
    Dublês: Kazuo Niibori (Red Flash), Koji Matoba (Green Flash), Tsutomu Kitagawa (Blue Flash), Masato Akada (Yellow Flash), Yuichi Hachisuka (Pink Flash) e Hideaki Kusaka (Flash King) | Outros: Noriaki Kaneda
    Participações especiais: Kouji Unogi (Guarda Hiroshi, ep. 5), Kazuoki Takahashi (Miran, ep. 21), Ryosuke Kaizu (Ryu Wakakusa, ep. 27) e Mina Asami (Sibere)
    Outras participações: Akane Kudo (Sumire)

 

  • BRASIL
    Título no Brasil: Comando Estelar Flashman
    Distribuição: Everest Vídeo/Tikara Filmes e Sato Company (a partir de 2015)
    Exibidoras no Brasil: Rede Manchete, Record, CNT/Gazeta, Wow!Play e Amazon Prime Video
    Elenco de dublagem: Francisco Bretas (Jin/Red; Homem 1 e homem 2 no restaurante no ep. 26), Eduardo Camarão (Dan/Green; Funcionário 2 no ep. 36), Carlos Laranjeira (Go/Blue; Miran; repórter no ep. 26), Lucia Helena (Sara/Yellow), Cristina Rodrigues (Lu/Pink; Jin criaça no ep. 12; Pássaro Imortal no ep. 22), Nair Silva (Mag; Kaori até o ep. 30; Sra. Kashima e mulher no restaurante no ep. 26; mãe 3 no ep. 30; Pessoas abduzidas no ep. 42; Kerau no ep. 43), Ricardo Medrado (Hiroshi Tachibana no ep. 5; Dr. Tokimura; policial no ep. 8; Deus Titan; pai 1 no ep. 30; Lutador Otaki no ep. 33), Borges de Barros (Baraki, até o ep. 19), Líbero Miguel (La Deus; motorista de Yuki no ep. 14; Baraki no ep. 45), Gastão Malta (Dr. Keflen; homem no parque no ep. 45), Marcos Lander (Wandar), Deise Celeste (Nefer; Mãe de Tomoko no ep. 16; Mulher no zoológico no ep. 27), Muíbo César Cury (Kaura), Ézio Ramos (Galdan; Pai da família no ep. 6; homem prestando socorro no ep. 34; garçom no ep. 35; funcionário 1 no ep. 36; homem 2 no parque e trabalhador 2 no ep. 39; homem no ep. 42), Sonia Regina Moreno (Urk; habitante do planeta Flash no ep. 1; mãe do bebê no ep. 3; dona de casa no ep. 5; mãe da família no ep. 6; Nefer disfarçada como civil no ep. 8; garota 1 no ep. 23; menino 2 no ep. 28; mãe 1 no ep. 30; mulher 1 e mulher 2 no ep. 45), Ivete Jayme (Kirt; Setsuko; filho da família no ep. 6; menino dos balões no ep. 7; narradora da Apollo 11 nos ep. 8 e 9; senhora no restaurante no ep. 8; Sayuri no ep. 10; Garoto 1 no ep. 23; Mãe de Kazu no ep. 24; Filho da Sra. Kashima 1 no ep. 26; menino 4 no ep. 28; mãe 2 no ep. 30; mãe no ep. 32; professora de piano no ep. 35; Sibere no ep. 40; Pessoas abduzidas no ep. 42; menino 3 no ep. 43), Letícia Quinto (Midori Tokimura; garota do ônibus no ep. 17; Criança 2, criança 5 e Mike no ep. 36; amiga da Sumire no ep. 37; vozerio de socorro e Sibere criança no ep. 40; menino 2 no ep. 43), Francisco Borges (narrador, até o ep. 10), Carlos Alberto Amaral (narrador, a partir do ep. 11), Suzana Lakatos (Sumire no ep. 20), Márcia Gomes (Menino 3 no ep. 28; Sumire e espíritos no ep. 37; pessoas abduzidas no ep. 42), Luiz Antônio Lobue (narrador das Olimpíadas nos eps. 8 e 9), Thelma Lúcia (Yuki no ep. 14; garoto 2 e Akiko no ep. 23; Menino no zoológico no ep. 27; criança 3 no ep. 36; Mãe de Sumire no ep. 37; mãe do Jin em sonho no ep. 40), Hermes Baroli (menino no ep. 16; garoto do ônibus no ep. 17; garoto 3 no ep. 23), Paulinho Lima (Kazu no ep. 24; Filho da Sra. Kashima 2 no ep. 26; menino 1 no ep. 28; criança no ep. 32), Gilberto Baroli (pai de Kazu no ep. 24; entrevistado no ep. 26; motorista no ep. 29; motorista no ep. 32), Marta Giachetta (irmã de Kazu no ep. 24), Mauro Eduardo Lima (vozerio de pescadores no ep. 24; Ryu Wakakusa no ep. 27; juiz da luta no ep. 33; treinador de beisebol no ep. 39; homem que pede socorro no ep. 40), Elcio Sodré (vozerio de pescadores no ep. 24; Homem 1 no parque e trabalhador 1 no ep. 39), Arlete Montenegro (sra. Kayoko no ep. 34), Rosana Garcia (Tomoko no ep. 16; pessoas abduzidas no ep. 42; menino 2 no ep. 43), Marcelo Borges (Dan criança; criança 1 no ep. 36; menino e homem 3 no parque no ep. 39; Hiroshi no ep. 42; Toshio no ep. 43; Kaori a partir do ep. 44), Lucia Castello Branco (mãe no ep. 41)
    Direção de dublagem: Líbero Miguel
    Versão brasileira: Álamo – São Paulo

Guia de episódios

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